Informatização do voto
A informatização eleitoral é um traço estruturante da prática democrática brasileira. A urna eletrônica é a grande representante da informatização pela qual passou o sistema eleitoral no Brasil, mas ela é apenas uma parte de um processo mais amplo, que envolveu também o recadastramento e a apuração eletrônica dos votos.
Na década de 1980, o desenvolvimento de novos recursos tecnológicos e a ampliação no uso dos meios digitais possibilitaram as condições para o recadastramento geral do eleitorado em meio eletrônico feito em 1986. Antes não havia um registro nacional, cada TRE realizava o registro de forma independente, o que abria espaço para a existência de fraudes no cadastro. Eleitores com registro em mais de um estado, pessoas mortas com cadastros ativos, por exemplo, eram algumas das situações de fraude possíveis, que foram evitadas com a criação do cadastro único com numeração nacional.
Com os eleitores organizados em um cadastro nacional, a etapa seguinte se consumou em 1994. O processamento eletrônico do resultado das eleições gerais foi realizado com recursos computacionais da própria Justiça Eleitoral.
Apesar do avanço, o voto continuava sendo realizado em papel. Estudos começaram a ser realizados em 1995 e um ano depois um terço do eleitorado votou na urna eletrônica.
Em 2000, todos os eleitores votaram eletronicamente. Dois anos depois, foi feita a experiência com o Módulo Impressor Externo (MIE) que imprimia os votos depositados na urna para conferência com o registro digital. A última inovação tecnológica ocorreu em 2008 quando foi testada pela primeira vez a urna com identificação biométrica do eleitor.