Moderna arquitetura
A idéia de levar a capital do país para o interior do Brasil passou pela cabeça de muita gente. Mas foi com Juscelino Kubitschek que ela saiu do papel para as terras do planalto central. Seguindo o plano urbanístico de Lúcio Costa, em 21 de abril de 1960, Brasília, a nova capital do país, era inaugurada.
Em meio ao surgimento da cidade, a arquitetura chamava a atenção. O novo e o moderno: os traços inconfundíveis de Oscar Niemeyer.
“Não é o ângulo reto que me atrai; nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.” (trecho extraído do site de Oscar Niemeyer)
É difícil falar de Brasília sem falar de Oscar Niemeyer.
“Oscar Niemeyer e Lúcio Costa são duas figuras absolutamente indispensáveis em Brasília. Um criou a cidade. E o outro fez os edifícios de Brasília. Os principais edifícios do governo nacional foram feitos por Oscar, desde o primeiro edifício. Portanto, é uma coisa praticamente indissolúvel, o urbanismo de Lúcio Costa e a arquitetura de Oscar Niemeyer”, destaca Alfredo Gastal, superintendente do IPHAN.
Em 2004, Oscar Niemeyer é convidado para desenvolver o projeto da nova sede do Tribunal Superior Eleitoral. A escolha do arquiteto levou em conta a manutenção das características arquitetônicas de Brasília.
O projeto ficou pronto no primeiro semestre de 2006. Oscar Niemeyer surpreendeu. Do lápis do arquiteto nasceu uma forma semicircular. A obra acaba em pontas nas extremidades, onde o vidro se encontra com o vidro no final, abraçando as três cúpulas que compõe o projeto.
Para Márcio Sadao, arquiteto do escritório de Oscar Niemeyer, “Niemeyer é um poeta. Ele trabalha muito bem essa questão dos volumes, das proporções da edificação. Ele valoriza muito a questão estética”.
Em relação ao trabalho de Niemeyer, Alfredo Gastal, sustenta que “qualquer edifício dele aqui é bem-vindo, e se encaixa perfeitamente, porque ele sabe os mistérios que essa cidade tem. Ele conhece cada cantinho, o significado que cada edifício deve ter, pode ter, e é perfeito. Ele sabe fazer esse jogo de encaixes, de luzes, de sombras. Melhor contribuição o Tribunal não poderia dar a esta cidade do que entregar nas mãos de Oscar este edifício”.
E não precisa ser nenhum especialista no assunto para perceber as características das obras assinadas por Oscar Niemeyer. De perto ou de longe, tudo chama a atenção.
“Não me sinto importante. A arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais. Ser simples, criar um mundo igualitário para todos. Olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.” (Trecho extraído do site de Oscar Niemeyer)