TPS 2016: saiba tudo que aconteceu na terceira edição do Teste Público de Segurança
Investigadores alteraram resultado de um BU e gravaram instruções de áudio usadas por pessoas com deficiência
O Teste Público de Segurança (TPS) é um evento público realizado desde 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) preferencialmente nos anos anteriores ao da eleição. Durante o encontro, hardwares e softwares do sistema eletrônico de votação são postos à prova para que qualquer brasileiro maior de 18 anos tente burlar suas camadas de segurança.
Confira as informações em vídeo.
O TPS é uma das etapas de auditoria do voto eletrônico que envolve a participação ativa da sociedade para o aprimoramento do sistema eleitoral brasileiro. Confira os achados e as evoluções da terceira edição do TPS, realizada nos dias 8, 9 e 10 de março de 2016:
Achados
No TPS 2016, um dos investigadores conseguiu alterar o resultado de um Boletim de Urna (BU) e utilizá-lo como porta de entrada do Sistema de Apuração (SA) da urna eletrônica. O SA é utilizado em situações bem específicas, como quando o resultado da urna gravado em meio eletrônico foi perdido por algum motivo ou caso haja necessidade de realizar a votação em cédulas de papel.
Outro plano de ataque, executado por um grupo de participantes do evento, fez a gravação das instruções por áudio utilizadas para assistir as pessoas com deficiência visual, que incluem as teclas pressionadas e o voto confirmado pela eleitora ou eleitor.
Na época, esse recurso de acessibilidade era ativado de duas formas: para quem já estava cadastrado ou para todo o eleitorado de uma seção eleitoral, mesmo que algum dos votantes ali inscritos não precisassem da assistência por áudio.
Evoluções
Como resposta às investidas dos participantes, o TSE modificou o algoritmo do código verificador do Boletim de Urna, que passou a ter a força de um autenticador. Também foi incluído no BU um QR Code com assinatura digital, que permite a conferência da autenticidade e integridade do documento.
O uso da assistência por áudio foi restrito aos eleitores com deficiência previamente cadastrados ou com a autorização do mesário. Além disso, a ativação do recurso passou a ser registrada na urna eletrônica e notificada por mensagem no terminal do eleitor. Se o áudio for ligado indevidamente, a eleitora ou eleitor pode pedir ao mesário que suspenda a votação e verifique se existem equipamentos estranhos na cabine eleitoral.
Para mais informações sobre o Teste Público de Segurança, acesse www.justicaeleitoral.jus.br/tps/
BA/CM, DM