Autoridades internacionais se unem em defesa da democracia

Na abertura do seminário latino-americano realizado pelo TSE e AMB, Barroso defendeu instituições fortes, sociedade civil mobilizada e imprensa livre

Seminário Internacional - Integridade Eleitoral na América Latina

A ameaça à democracia, evidenciada pelas campanhas de desinformação e ataques a instituições federais é uma realidade que compartilhamos com muitos países. Para fortalecer o combate a esse fenômeno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), promove, nesta segunda-feira (4), o “Seminário Internacional: Integridade Eleitoral na América Latina – Experiências Recentes e Perspectivas”. 

A abertura do debate, realizado em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), foi transmitida ao vivo pelo canal do TSE no YouTube. O encontro é conduzido pelo ministro Luís Roberto Barroso e pela magistrada Renata Gil, presidentes do Tribunal e da AMB, respectivamente. Representantes da Bolívia, do Equador, de El Salvador, do México e do Peru também participam como convidados.

“A erosão da democracia no mundo, hoje, tem sido protagonizada por líderes políticos eleitos pelo voto popular. Presidentes e primeiros-ministros eleitos pelo voto popular e que depois, no entanto, tijolo por tijolo, desconstroem alguns dos pilares da democracia, concentrando o poder no Executivo, procurando desacreditar as instituições tradicionais, cooptando ou alijando o Congresso dos processos políticos, mudando a legislação com abuso de poder pela maioria, atacando os tribunais constitucionais e atacando as autoridades eleitorais. Este é um fenômeno e talvez uma das principais razões pelas quais nos reunimos aqui”, disse Barroso.

De acordo com Barroso, para a proteção da democracia, “só existe um remédio na farmacologia jurídica, na verdade um conjunto de remédios: instituições fortes, sociedade civil mobilizada e imprensa livre. Por essa razão, nós todos aqui somos militantes dessa causa. A causa de proteção da democracia”.

Lisura das eleições

A presidente da AMB, Renata Gil, ressaltou a lisura do processo eleitoral e a ausência de contestações neste sentido. “As urnas não têm conexão com a internet. As urnas são inseminadas através de um flash de carga, que é carregado com toda cautela nos tribunais regionais eleitorais, na presença dos presidentes e dos juízes que cuidam desse processo eleitoral. Talvez, por isso, o Brasil tenha sido um case de sucesso no mundo de eleições digitais com mais de 40 acordos de cooperação firmados internacionalmente, 30 missões técnicas internacionais e 70 visitas internacionais de países que pretendem ou já adotaram o sistema eleitoral brasileiro digital”, relatou a magistrada.

Além dos dirigentes, integraram a mesa de abertura e os debates subsequentes o vice-presidente do TSE, ministro Edson Fachin; o secretário de Fortalecimento da Democracia, Organização dos Estados Americanos (OEA), Francisco Guerrero Aguirre; o diretor regional para América Latina e Caribe, do Idea Internacional, Daniel Zovatto; o copresidente da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore) e presidente da Junta Central Eleitoral da República Dominicana, Román Andrés Jáquez Liranzo; e o magistrado do Tribunal Superior Eleitoral da República Dominicana, Juan Cuevas.

AL/CM, DM

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