Live do TSE discute preconceito de gênero e avanços femininos
No evento que encerrou a série “Mulheres Debatem”, ministro Barroso, Jaqueline de Jesus, Djamila Ribeiro e Petria Chaves ressaltaram a necessidade de maior reflexão social sobre o tema
Ao abrir a quarta e última live da série “Mulheres Debatem”, nesta sexta-feira (26), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou as conquistas sociais das mulheres nas últimas décadas, a importância da discussão sobre gênero bem como o combate à violência sexual e doméstica e à cultura machista que ainda prevalece na América Latina.
Barroso afirmou que a Justiça Eleitoral continuará lutando para ampliar a inclusão feminina na vida pública e que combaterá, com veemência, a violência de gênero na política. O ministro ressaltou as inúmeras denúncias recebidas pelo TSE de mulheres que foram agredidas física, moral e psicologicamente durante o processo eleitoral. “Uma atitude lamentável que precisamos enfrentar no mundo das ideias, reagindo e tentando criar uma cultura igualitária e de respeito mútuo”, disse o ministro.
Segundo o presidente do TSE, é preciso aumentar a participação feminina na esfera política em nome da igualdade de gênero e do interesse da sociedade. “É esse equilíbrio, com características e virtudes masculinas e femininas, que faz o mundo ter a sua melhor versão”, acrescentou Barroso.
A live final da série teve como tema “Gênero” e reuniu a filósofa Djamila Ribeiro, a professora Jaqueline de Jesus e a jornalista Petria Chaves, que mediou o debate. A série fez parte das ações promovidas pelo TSE em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
A jornalista Petria Chaves iniciou a discussão, destacando os desafios da mulher no mundo moderno. Segundo ela, é preciso combater a realidade do feminicídio e do racismo, entre outras, e mudar esse chamado “normal” em algo transformador e muito mais humano.
Opressão
Djamila Ribeiro ressaltou que a questão de gênero passa pela reflexão de temas sociais como raça, classe e sexualidade. “Precisamos pensar um projeto de sociedade que combata essas opressões estruturais”, afirmou a filósofa, salientando o papel da educação e do empoderamento das mulheres negras nesse processo.
Ela lembrou que não só as mulheres negras como também os homens negros são discriminados na sociedade brasileira. “Quando falamos que os homens são maioria no poder, precisamos marcar que essa maioria é constituída de homens brancos, heterossexuais e ricos. Não são os homens negros”.
Atitude
Sobre novas mensagens e atitudes para a inclusão feminina na política, a professora Jaqueline de Jesus afirmou que não basta apenas lutar pelo voto feminino, mas também lutar pelo não voto no candidato homem, branco e rico. “Por que não pensar isso como a desnaturalização da ideia do homem branco como único representante político?”, indagou.
Jaqueline também assinalou que “pensar estratégias de visibilidade que nos traga segurança também é um grande desafio para novas conquistas”.
“Mulheres Debatem”
A série “Mulheres Debatem” discutiu em lives transmitidas todas as sextas-feiras deste mês os seguintes temas “Igualdade” (5/3), “Violência” (12/3), “Liderança” (19/3) e, por último, “Gênero” (26/3) com importantes personalidades femininas do Brasil. Os diálogos virtuais foram organizados pela Comissão TSE Mulheres com o objetivo de incentivar a participação feminina na política e na Justiça Eleitoral.
Confira o primeiro debate da série.
Confira o segundo debate da série
Confira o terceiro debate da série
MC/EM, DM