Em seu primeiro compromisso oficial na Cidade do México, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, participou do evento “Processo eleitoral federal e os processos eleitorais locais concorrentes 2020-2021”, promovido pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE). Barroso mediou, na tarde desta sexta-feira (4), o painel que abordou as estratégias de combate à desinformação no processo eleitoral mexicano.

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Ao abrir o painel, o ministro ressaltou seu interesse em conhecer a experiência mexicana, e enalteceu os debatedores Christian Flores, diretor executivo de Capacitação Eleitoral e Educação Cívica do INE, e Issac Artega, da Coordenadoria Nacional de Comunicação Social do Instituto.

Luís Roberto Barroso iniciou sua breve apresentação destacando que a revolução tecnológica vivida pelo planeta gerou inovações importantes que melhoraram a vida de todos, mas também trouxe alguns subprodutos negativos, entre eles, as fake news, as campanhas de desinformação, de ódio, de mentiras e as teorias conspiratórias.

“Não sou dessas pessoas que acham que tudo está mal com tendência a piorar. Vivemos uma época extraordinária da civilização, mas precisamos combater os fenômenos negativos que ameaçam a democracia no mundo”, defendeu.

Barroso afirmou que, recentemente, o Brasil teve uma experiência vitoriosa de enfrentamento da desinformação nas Eleições Municipais de 2020, e enfatizou que a mentira deliberada precisa ser combatida com veemência: “É importante não deixar que notícias falsas permaneçam sem respostas imediatas”.

Durante quase uma hora, os expositores narraram a estratégia mexicana de combate à desinformação, com ênfase nas parcerias com plataformas e redes sociais para coibir a circulação de notícias falsas no processo eleitoral, bem como para monitorar e conter o avanço dos chamados comportamentos inautênticos nas redes.

Ao encerrar o painel, Barroso agradeceu o convite do INE e do Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário Federal (TEPJF) para atuar como mediador de um debate tão relevante. Ele afirmou que a onda de ataques aos processos eleitorais e às instituições que conduzem o processo eleitoral, é, na prática, um ataque à democracia, e concluiu enfatizando “que uma causa que necessita do ódio, da mentira, da desinformação e de teorias conspiratórias não pode ser uma boa causa”.

O presidente do TSE está no México para atuar como observador convidado nas eleições mexicanas que acontecem neste domingo (6), quando cerca de 90 milhões de eleitores elegerão mais de 20 mil ocupantes de cargos públicos, incluindo 15 governadores, 30 assembleias locais e 500 deputados federais. 

MC/LC, DM

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