Presidente do TSE fala sobre desafios da democracia na atualidade
Barroso participou de evento da Escola Judiciária Eleitoral fluminense que aborda temas relevantes para as Eleições 2022
“A alternância do poder é a grande característica da democracia, com a possibilidade de que quem perde hoje ver respeitadas as regras do jogo para disputar amanhã e tentar ganhar. Isso é democracia. Uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de ‘se eu perder, houve fraude”. A afirmação é do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, que participou na manhã desta quarta-feira (4) do ciclo de debates proposto pela Escola Judiciária Eleitoral (EJE-RJ) do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Barroso falou dos desafios que a sociedade enfrenta, atualmente, para que possa viver em uma democracia e pontuou que toda e qualquer evolução na discussão sobre o melhor sistema eleitoral ainda encontra três principais entraves de ordem política. “São fenômenos diferentes, mas, quando se juntam, produzem este modelo de erosão democrática: o populismo, o extremismo e o autoritarismo”, disse, complementando que esse modelo tem como derivados a desinformação, o ódio, a mentira e as teorias conspiratórias.
O webinário “Reforma Política e Eleitoral - Temas Relevantes para as Eleições 2022” prosseguirá até o dia 6 e pretende abordar pautas em tramitação no Congresso Nacional, especialmente acerca dos impactos e das alterações normativas no sistema.
Votação eletrônica
O presidente do TSE concluiu a participação frisando a importância de manter um processo de votação eletrônico, com a segurança de um modelo que, em 25 anos, não apresentou sequer um caso de fraude.
De acordo com o presidente do TRE-RJ, desembargador Cláudio dell´Orto, o seminário é realizado em um momento importante para a democracia brasileira, de amplo debate sobre o sistema de votação, sendo necessário ouvir especialistas na área. Para ele, “o registro eletrônico do voto e a apuração feita com rapidez e eficiência garantiram, ao longo dos anos, uma grande segurança ao eleitor brasileiro de que ele corresponde exatamente ao resultado obtido ao final, com a apuração das eleições feitas de forma eletrônica e eficiente, sem a possibilidade de manipulação por quem quer que seja”.
O evento ainda contou com a presença do corregedor regional eleitoral, desembargador Elton Leme; da diretora da EJE-RJ, desembargadora Kátia Junqueira; e do presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Luciano Bandeira, entre outras autoridades.
AL/CM, DM