TPS 2017: dois grupos de investigadores continuam execução de planos de ataque nesta sexta (1°)
A Comissão Avaliadora autorizou a extensão do prazo, prevista em edital, solicitada pelos participantes. Amanhã (1), será o último dia do Teste.
O terceiro dia do Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação foi derradeiro para parte dos investigadores. Do total de 15 hackers que participaram do Teste, dois grupos vão continuar a executar planos nesta sexta-feira (1). Os demais, de acordo com a Comissão Reguladora, finalizaram seus trabalhos.
O edital previa mais um dia de evento caso os investigadores solicitassem, e foi o que aconteceu. A Comissão Avaliadora autorizou ontem (29) a extensão do prazo pedida pelo grupo 1, coordenado pelo professor da Unicamp, Dr. Diego Aranha. Nesta quinta (30), o Grupo 4 também solicitou mais tempo para executar o seu plano.
Os três investigadores do grupo 4 (Ivo de Carvalho Peixinho, Fabio Caus Sicoli e Paulo Cesar Hermann Wanner) são da Polícia Federal e participam pela primeira vez do teste a convite do TSE. O plano de teste deles tem o objetivo de executar o software da urna eletrônica em um computador e, a partir daí, tentar extrair a sua chave secreta.
O coordenador da equipe, Ivo Peixinho, que é perito criminal federal, disse que pediu mais tempo pois conseguiram “avançar dentro do que foi proposto”. O investigador, que trabalha há mais de 20 anos na área de segurança da informação, elogiou a iniciativa da Justiça Eleitoral e destacou a importância dos profissionais da área em participar desse tipo de evento.
“O processo é continuo e os testes estão cada vez mais abertos. Quem tem conhecimento e mexe com tecnologia deveria vir aqui, testar, ver a urna e entender como ela funciona. Dá para ver que houve um investimento. O projeto é robusto e temos que tentar fazer esse teste para ajudar no processo e melhorar cada vez mais”, disse.
Observadores Internacionais
Além dos 15 investigadores, o Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação contou com a participação inédita de observadores internacionais. Ao fim do terceiro dia de evento, nesta quinta-feira (30), os representantes da Argentina, México, Zâmbia e da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram recebidos pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.
Ele fez um breve relato do histórico e do funcionamento do processo eleitoral brasileiro. Fez questão de destacar ainda aos convidados internacionais a celeridade e segurança do voto eletrônico. E reforçou a importância da troca de informações entre as nações.
“Nós temos feito esse esforço no sentido de dialogarmos com nossos parceiros de perto e de longe. Tivemos a visita de pessoas de vários outros países e esse diálogo é bastante intenso. Eu fico satisfeito de termos a presença desses experts nesse teste, pois temos que mostrar que temos todo o cuidado para que o sistema seja íntegro e seguro. No plano internacional, estamos inseridos e dialogando com várias instituições representativas de assistência eleitoral e defesa da democracia e queremos nós também difundir aquilo que nós temos de bom. A Justiça Eleitoral faz parte daquele nicho do Brasil que dá certo”, disse o ministro.
TPS 2017
Esta é a quarta edição do TPS que, desde 2016, passou a ser obrigatório e disciplinado pela Resolução nº 23.444, aprovada pelo Plenário do TSE. A norma prevê que os testes devam ser realizados sempre no ano anterior à eleição, para que eventuais falhas possam ser corrigidas nas urnas que serão utilizadas no pleito.
O TPS é divido em três fases: preparação, realização e avaliação. Para que ele possa ser colocado em prática, são montadas, a cada edição, quatro comissões: Organizadora, Reguladora, Avaliadora e de Comunicação Institucional.
O encerramento dos trabalhos está previsto para as 18h desta sexta-feira (1º). Antes disso, no entanto, às 11h30, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, apresentará um relatório parcial dos resultados dos trabalhos dos quatro dias de testes.
RC/RG/DM