Contribuições dos investigadores do TPS serão aplicadas para as Eleições 2016
Contribuições dos investigadores do TPS serão aplicadas para as Eleições 2016
Às 18h desta quinta-feira (10) será encerrada a terceira edição do Teste Público de Segurança (TPS) e todas as contribuições apontadas pelos investigadores terão, a partir de agora, o foco da equipe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contornar eventuais falhas antes das eleições, marcadas para 2 de outubro de 2016.
“Nosso objetivo é identificar as potenciais fragilidades e já saná-las para as eleições de 2016. O teste acontece justamente com esse período de antecedência que nos dá tempo hábil para fazer as devidas correções”, assegurou o secretário de Tecnologia de Eleições do TSE, Giuseppe Janino.
Os 13 investigadores continuam executando seus planos de ataques à urna eletrônica e, após o encerramento, farão um relatório com os eventuais êxitos alcançados e os procedimentos adotados. “Uma vez identificada alguma inconformidade durante os testes de segurança, nós vamos receber esse relatório, que é, inclusive, de conhecimento público, nada é sigiloso, e nossas equipes técnicas vão começar a trabalhar com esse foco. Temos grupos específicos que atuam com determinadas disciplinas do processo e vão analisar a fragilidade e buscar soluções”, explicou o secretário.
As equipes vão buscar soluções baseadas na análise crítica de cada uma delas e, posteriormente, os hackers investigadores serão convocados novamente para testar a eficácia da solução corretiva adotada pelo TSE.
Investigadores podem apontar solução
Ainda nesse primeiro momento dos testes, ao entregar o relatório, os próprios investigadores podem apresentar sugestões que solucionem as eventuais falhas encontradas. “Caso não apresente, nós teremos que investigar soluções para sanar. É uma parceria muito democrática e que torna o processo transparente. O investigador que está aqui não é um adversário, ele é um parceiro nosso. Isso contribui muito para o resultado final de todo o trabalho”, enfatizou Giuseppe.
O secretário também fez questão de ressaltar que o TPS é uma evidência do compromisso do TSE com as eleições e também uma forma muito eficaz de melhoria. “Não se trata de um desafio ou concurso, é um ato extremamente democrático, colaborativo e eficiente, onde o cidadão brasileiro dá sua contribuição para a melhoria do processo eleitoral”.
Avanços alcançados com o TPS
O modelo de urna que será utilizado nas eleições deste ano, por exemplo, já traz algumas soluções que foram conquistadas a partir dos testes anteriores. Giuseppe Janino explica como ocorreu essa adaptação: “Nas duas primeiras edições tivemos em torno de 20 planos de ataques. Desses, podemos citar um da primeira edição que a proposta do investigador foi captar as ondas eletromagnéticas, a frequência de cada tecla pressionada no teclado da urna, e colocar no receptor para identificar cada uma dessas ondas com o objetivo de reconhecer qual número estava sendo digitado na urna. Ou seja, a intenção era quebrar o sigilo do voto. Ele alcançou êxito com essa iniciativa a uma distância de 12 centímetros da urna, colocando um receptor. Nesses casos, a essa distância, ficaria mais fácil visualizar a tela do que receber o áudio. Porém, mostrou ali uma necessidade de aprimoramento do projeto de engenharia da urna onde nós fizemos a blindagem do teclado e criptografamos as informações que são digitadas. Esse é um pequeno exemplo de contribuição. Apesar de grande parte deles não conseguir sucesso, sempre mostra um ponto que pode ser melhorado”.
O TPS é considerado um grande exemplo de transparência e democracia pela Justiça Eleitoral porque a instituição abre as portas para que pessoas de fora possam identificar ali alguma fragilidade que a equipe técnica, trabalhando no dia a dia, não tenha conseguido perceber. Portanto, são diversos pontos positivos e os resultados conquistam, cada vez mais, a credibilidade do cidadão, maior interessado em todo esse processo.
“Aquele que acha que consegue fraudar pode vir tentar. A urna eletrônica é segura e temos 20 anos do processo eleitoral automatizado. Até hoje não há nenhum registro de fraudes. Então são evidencias fortes e isso nos traz o retorno da credibilidade. Essa é uma grande forma democrática de tornar o processo eleitoral cada vez mais fidedigno com relação à escolha do eleitor e também evoluindo a medida que evolui a tecnologia”, finalizou Giuseppe Janino.
Presidente do TSE
Ao final da manhã de hoje o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, fez uma visita ao Centro de Divulgação das Eleições (CDE), onde ocorre o TPS, e conversou com alguns dos investigadores. Ainda nesta quinta-feira, após as 18h, ele deverá falar com a imprensa para fazer um balanço desses três dias de trabalho de investigação.
CM/TC