Exposições no TSE retratam a história de luta e conquistas de mulheres brasileiras

"O Voto no Brasil" e "A Democracia Bordada" estão em cartaz no edifício-sede do Tribunal, em Brasília, de segunda a sexta, das 12h às 19h

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Exposição "O voto no Brasil" - 03.02.2025

Todo dia é dia da mulher. A afirmação, que vem ecoando cada vez mais forte em todos os lugares do mundo, reflete a importância do Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março. A comemoração da data teve origem no século XX, nos Estados Unidos e na Europa, quando mulheres se mobilizaram para lutar por seus direitos e por igualdade. De lá para cá, muito foi conquistado, mas devemos lembrar que todos os dias são uma oportunidade para reconhecer e valorizar as contribuições, as conquistas e a força das mulheres em todo o mundo.  

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), duas exposições unem memória, arte e democracia, por meio de narrativas históricas, artesanatos e vozes femininas. Inauguradas, respectivamente, em 3 de outubro e 10 de dezembro de 2024, as exposições "O Voto no Brasil" e "A Democracia Bordada" podem ser prestigiadas pelo visitante no subsolo do edifício-sede do Tribunal, em Brasília. Ambas reforçam o papel da Justiça Eleitoral como guardiã dos direitos políticos e promotora da educação cidadã. 

As exposições estão abertas ao público de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h, com entrada gratuita. Todos os visitantes podem participar de uma visita guiada, que ocorre diariamente às 15h. Para agendar a visitação, basta enviar uma solicitação para o e-mail visita@tse.jus.br. O agendamento para turmas de ensino médio e fundamental pode ser feito por meio do e-mail museu@tse.jus.br.  

O TSE está localizado no SAF Sul, Lote 4, em Brasília (DF). 

“O voto no Brasil” 

 Exposições no TSE retratam a história de luta e conquistas de mulheres brasileiras - 06.03.2025

A exposição "O voto no Brasil", montada no hall do Museu do Voto, no subsolo do edifício-sede do Tribunal, realizada em parceria com o Projeto República, traz a trajetória do voto no país, desde o período colonial até os dias atuais. A mostra destaca conteúdos do projeto, além da importância da participação democrática e inclusiva da população ao longo da história das eleições no país. Aborda também o papel da Justiça Eleitoral na consolidação da conquista do direito de votar. 

Há 93 anos, em 1932, as mulheres conquistavam o direito da plena cidadania no Brasil, passando a poder votar e a ser votadas. Esse foi um grande passo na luta pela equidade, que marcou a trajetória de sufragistas e lideranças femininas do nosso país. 

A história registra nomes como: 

  • Celina Guimarães Vianna, a primeira eleitora brasileira, ainda em 1927;  
  • Alzira Soriano, a primeira prefeita eleita em 1928;  
  • Carlota Pereira de Queiroz, a primeira deputada federal, em 1934;  
  • Antonieta de Barros, primeira negra eleita deputada estadual, em 1934;  
  • Bertha Lutz, deputada federal em 1935 e única mulher na delegação brasileira na Conferência de São Francisco, que criou a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945;  
  • Eunice Michiles, primeira senadora eleita, em 1979;  
  • Laélia Alcântara, primeira negra eleita senadora do Brasil, em 1981;  
  • Iolanda Fleming, primeira governadora, em 1982; e  
  • Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente do Brasil, em 2010. 

Essas e outras personalidades femininas vêm, ano após ano, assegurando que mulheres tenham o direito de participar da vida política do Brasil. 

O Projeto República faz parte do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a coordenação da professora e historiadora Heloísa Starling. 

 Exposições no TSE retratam a história de luta e conquistas de mulheres brasileiras - 06.03.2025

Com documentos raros, réplicas de urnas de diferentes épocas, registros fotográficos e outros itens, a exposição ressalta marcos como a Lei Saraiva (1881), que instituiu o voto direto; a conquista feminina do direito ao voto, ocorrida em 1932; e a implantação gradual das urnas eletrônicas a partir das Eleições Municipais de 1996. Além disso, conta com vídeos educativos que explicam o funcionamento da Justiça Eleitoral. 

A mostra retrata a trajetória do voto no Brasil e destaca a importância da participação democrática e inclusiva da população ao longo da história eleitoral do país, abordando tanto o processo histórico do voto quanto o papel da Justiça Eleitoral na consolidação desse direito. 

"A Democracia Bordada" 

Na ala artística, "A Democracia Bordada" pode ser vista no foyer do subsolo e em frente ao Espaço Ministro Sepúlveda Pertence, do TSE. A mostra chama a atenção pela originalidade: o material reúne cerca de 60 obras produzidas por 27 coletivos de bordadeiras do país. Entre eles, estão: Militantes, Açafrão, Fio às Cinco em Pontos, Matizes Dumont, Linhas da Gamboa, Linhas da Resistência e Ñanduti. Todos utilizam bordados, pinturas e miçangas para discutir justiça social, diversidade e cidadania. 

 Exposições no TSE retratam a história de luta e conquistas de mulheres brasileiras - 06.03.2025

De acordo com uma das curadoras da exposição, Sávia Dumont, “o bordado não é um mero bordado, mas um recado, um exercício da cidadania, o qual, por linhas e agulhas, dá voz à democracia, aos desejos de justiça, de dignidade a todas e todos”. 

As peças representam coletivos de bordadeiras de todos os estados, com temas da agenda social brasileira, como a luta por igualdade racial, contra a violência de gênero e o racismo, e em defesa dos direitos à saúde e à educação, bem como dos direitos ambientais e indígenas. As linhas bordadas fazem contornos, desenham matas e rios, mulheres, indígenas e outras minorias, assim como escrevem mensagens de importância social e de quebra de paradigmas. 

 Exposições no TSE retratam a história de luta e conquistas de mulheres brasileiras - 06.03.2025

Um dos destaques da exposição é a obra "Carta para a democracia", que reúne 197 bordados feitos por bordadeiras e bordadeiros do Brasil, com a curadoria de Marisa Silva. Os textos bordados sobre o tema formam um painel de quatro metros com mensagens que representam a democracia, a luta e o olhar dos artistas para o Brasil.   

As duas exposições são inspiradoras para refletir sobre as lutas históricas e contínuas pela igualdade de gênero, pelo respeito e pela inclusão para que futuras gerações vivam em um mundo mais justo e solidário. 

MC/LC, DB

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