Declamação teatral e conversa com meninas encerram encontro no TSE

Evento "Direitos: Humanas – Voz (da mulher) pela Democracia” marcou a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos no Tribunal

Encontro “Direitos: Humanas – Voz (da mulher) pela Democracia” 10.12.2024

A tragédia grega “Antígona” foi um dos temas de encerramento do evento “Direitos: Humanas – Voz (da mulher) pela Democracia”, realizado nesta terça-feira (10) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos. A atriz Andréa Beltrão fez uma declamação de trecho da peça homônima para os participantes do encontro, que lotaram o Auditório I do Tribunal e aplaudiram de pé a interpretação da artista.  

Após a declamação de Antígona e de um bate-papo com Andréa Beltrão, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, convidou três jovens para participarem da conversa intitulada “Novas palavras: nossas meninas, nossas esperanças”: a paraibana Maria Isabel, de 16 anos, remanescente de quilombola; a cearense Thaís Hellen Sousa da Silva, de 18 anos, cujo nome indígena é Aimara Pitaguary; e a alagoana Nicole Oliveira, de 11 anos, reconhecida internacionalmente por observar os astros e encontrar 12 asteroides que passaram a ser estudados pela Nasa.  

Conversa de mulher sobre Antígona 

Embora não esteja mais em cartaz com a peça “Antígona”, Andréa Beltrão recitou um trecho curto da tragédia grega escrita por Sófocles. Ela explicou que Antígona é uma sequência dramática da peça atemporal “Édipo Rei”, em que o conflito entre as tradições religiosas e o poder humano é evidenciado. Apesar de ser um texto de mais de 2.500 anos, é considerado atual, sobretudo para a luta por direitos humanos.  

“As ‘antígonas’ do passado e do presente são muitas e, hoje, exatamente agora, outras ‘antígonas’ estão nascendo para lutar pelo futuro. Mesmo que Deus seja um homem, o desassossego de sua alma é mulher", afirmou a atriz ao final da apresentação. 

Cármen Lúcia agradeceu a atriz e destacou a importância do texto de Sófocles nos tempos atuais e para a democracia. “O texto é tocante, tão importante que, para nós do Direito – mas não só do Direito –, começamos a lê-lo no primeiro ano do curso, quando temos as primeiras lições de Direito Natural. Se pudéssemos usar uma palavra de hoje, Antígona é a musa do Direito Natural e, portanto, nós lidamos o tempo todo com ela”, disse a ministra. 

A ministra comparou Antígona também à violência contra a mulher nos dias de hoje e, na conversa com Andréa Beltrão, perguntou: “Como é, fora do Direito, ter no Brasil ainda tantas ‘antígonas’, num país que, a cada seis horas, vê o assassinato de uma mulher, a cada seis minutos, vê uma violência praticada contra mulheres, [que] continuam a insistir em querer seus direitos?”. 

Em resposta, a atriz disse que o princípio da Antígona é a frase em que a personagem de Sófocles diz: “Eu não nasci para o ódio; eu nasci para o amor”. “Acho que é esse o sentido, do afeto, da paixão pelo outro; é o que mais salta aos olhos quando se fala da história de Antígona, mais do que a visão política que se pode dar, a visão de militância, a feminista”, afirmou Andréa Beltrão. 

Novas palavras: nossas meninas, nossas esperanças 

O bate-papo intitulado “Novas palavras: nossas meninas, nossas esperanças” encerrou o evento. Maria Isabel, Thaís Hellen Sousa da Silva e Nicole Oliveira pediram coragem, amor, decisão, união em torno da luta antirracista e antimachista e por um Brasil mais justo em termos de equidade. Thaís Hellen resumiu as falas das três meninas e disse que não sabe qual é o Brasil que elas querem, mas sabem qual é o país que elas não desejam.  

Encontro “Direitos: Humanas – Voz (da mulher) pela Democracia” 10.12.2024

“Não quero que o nosso Brasil continue com esse racismo estrutural. Não quero este Brasil que a gente reconhece, que é racista, embora não nos reconheçamos enquanto pessoas racistas. Não quero este Brasil que fala tanto em democracia, mas não demarca os territórios indígenas. Não quero este Brasil que vive negando nossos direitos básicos, enquanto mulheres, para nós, indígenas, meninas, crianças, que hoje sofremos nessa situação de vulnerabilidade em que nossos direitos são negados”, finalizou. 

CL/LC, DB  

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