TSE participa de Missão de Observação das eleições regionais da Colômbia
Combate à desinformação e aumento da violência estão entre os assuntos que mais preocupam os observadores
O juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo Bonini representa a Corte na Missão de Observação Internacional que atua nas eleições regionais da Colômbia. Neste domingo (29), 38,9 milhões de eleitoras e eleitores do país vão às urnas para votar para governador, deputados departamentais, prefeitos e vereadores. Dos mais de 128 mil candidatos, a maioria são homens (61%) – as mulheres representam 39%.
A Missão começou nesta quarta-feira (25) e se estende até a próxima segunda (30). Os observadores vão assistir a palestras sobre financiamento de campanha, soluções tecnológicas, participação dos jovens e da sociedade civil, entre outros temas. A Missão terá, ainda, uma agenda de reuniões com representantes de partidos políticos, instituições governamentais envolvidas na organização das eleições e entidades da sociedade civil de acompanhamento eleitoral.
A abertura das atividades da Missão contou com a participação do presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Colômbia (CNE), Alfonso Campo Martínez. “O Conselho atua como tribunal de garantia no processo eleitoral e julga as ações que eventualmente venham a ocorrer no curso das eleições”, explica Bonini.
Combate à desinformação
Um dos desafios dos organizadores do pleito é o combate à desinformação. Há o temor de que a propagação de fake news em redes sociais, com informações diferentes daquelas repassadas pela Justiça Eleitoral colombiana, possa interferir no curso do pleito. “Essas distorções têm prejudicado, inclusive, o trabalho de mesários, que são contaminados por informações falsas e acabam preenchendo os boletins de urna de maneira equivocada, atendendo a orientações divulgadas em grupos de internet”, diz o juiz.
Aumento da violência
Outro tema que preocupa os observadores é a intolerância à liberdade de imprensa e a adversários políticos. Em comparação com a eleição realizada em 2019, a Colômbia registrou um aumento de 80% na violência contra candidatos, com um total de 35 homicídios e 34 tentativas de assassinatos somente em 2023. “Há um plano nacional de garantias, com a atuação do Exército, para que as pessoas possam votar em locais do interior que estão sob controle de grupos armados”, observa.
Neste contexto, a Missão também vai assistir a uma palestra sobre o tema candidaturas masculina e feminina e a participação das mulheres na política.
Postos de votação
A maioria dos 12,9 mil postos de votação fica na área rural. “Houve um aumento dos postos de votação para que se possa reduzir o numero da abstenção, que é muito grande por aqui”, afirma. O acesso à internet também foi ampliado para permitir que a transmissão dos dados eleitorais se dê sem intercorrências. “A ideia é divulgar o resultado das eleições em até três horas”, relata Bonini.
Órgãos eleitorais
A Missão de Observação Internacional é organizada pela Associação de Órgãos Eleitorais Mundiais (A-WEB). Criada em 2013, a entidade é a maior organização internacional do mundo na área de gestão eleitoral e conta com a participação de 121 órgãos de gestão eleitoral de 111 países.
DV/LC, DM