Criação da urna eletrônica é um marco na história da Democracia e do Brasil

A matéria de estreia da série “Evoluções Técnicas na Urna Eletrônica e no Processo Eleitoral” destaca os modelos de 1996 e de 1998

Evoluções técnicas na Urna Eletrônica e no Processo Eleitoral - 09.01.2023

Após o surgimento na vida dos brasileiros, a urna eletrônica passou por inovações periódicas, em licitações conduzidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A série “Evoluções Técnicas na Urna Eletrônica e no Processo Eleitoral”, publicada a partir desta segunda-feira (9) no Portal do TSE, vai destacar um resumo dos avanços de cada modelo utilizado desde a criação do equipamento até a última eleição.

O dia 3 de outubro de 1996 é um marco na história da Justiça Eleitoral e do Brasil. Nesta data foram realizadas as primeiras eleições com a urna eletrônica. Mais exatamente em 57 cidades, com os votos de mais de 32 milhões de brasileiras e brasileiros – um terço do eleitorado da época – coletados por cerca de 70 mil urnas eletrônicas. Essa data separa um passado de fraudes e um novo tempo para a Democracia brasileira.

Foto: Antonio Augusto - Urna Eletrônica 1996 - 09.01.2023

O ex-ministro Carlos Velloso, que presidiu o TSE por duas vezes, de 1994 a 1996 e durante um período de 2005, lembra exatamente do sentimento que teve quando viu eleitoras e eleitores utilizando a “máquina de votar”, em 1996.

Ele conta que, na época, um fato chegou a emocioná-lo. Uma mulher analfabeta se aproximou dele numa seção eleitoral, em Belo Horizonte (MG), para dizer que, pela primeira vez, tinha votado. Para ter certeza, ele perguntou se ela nunca havia participado de uma eleição. Ela respondeu que sim, mas que somente naquele momento teve a confirmação, porque, digitando o número, viu, na tela, o retrato do candidato escolhido. “Apertando a tecla ‘confirma’, tive a certeza. Por isso, considero que votei pela primeira vez na vida, ela completou”, lembra Velloso.

Ele conta que, ali, percebeu que o computador havia feito a eleitora, cidadã. Velloso diz que o fato deixou emocionado não apenas ele como também Paulo Camarão, secretário de Tecnologia da Informação do TSE à época, que conduziu os trabalhos técnicos da urna eletrônica.

Avanços

Criada especialmente para a realidade do nosso país, o equipamento trouxe outras novidades além da foto do candidato. O modelo UE96 combinou tela, teclado e CPU numa só máquina, e com vários requisitos de segurança já implementados. O teclado similar ao de um telefone foi incluído justamente para possibilitar que analfabetos e pessoas com deficiência visual pudessem interagir com o novo dispositivo sem dificuldade. Nas teclas, os números foram escritos também no sistema Braille.

“Votei na urna eletrônica em 1996, mas eu me tornei deficiente visual em 2004. Lembro que percebi, naquela primeira vez de votação no equipamento, essa coisa da acessibilidade e questionei como funcionavam aqueles pontinhos, as cores, os relevos no teclado, porque mal conhecia Braille. Esse recurso de inclusão da urna, anos mais tarde, foi muito útil para mim”, destaca João Maia, primeiro fotógrafo com deficiência visual do mundo a capturar imagens de duas Paralimpíadas (Rio 2016 e Tóquio 2020).

A primeira urna eletrônica tinha, acoplada, uma espécie de impressora de votos, o que foi abandonado no modelo usado nas eleições seguintes, em 1998. “Não deu certo. É que a técnica das impressoras não é a mesma técnica dos computadores. Elas emperram, entram em pane devido ao calor e à umidade”, explica Velloso.

O ex-ministro destaca que a urna eletrônica foi instituída para acabar com as fraudes que ocorriam com as cédulas de papel. “Ela afastou a mão humana da apuração. Acabou com as cédulas falsificadas, com o aproveitamento de votos em branco. Ela representa garantia de independência do eleitor e torna as eleições mais limpas. Ela confere legitimidade à democracia que praticamos”, enfatiza.

1998

A partir do modelo utilizado nas Eleições Gerais de 1998, e com o fim da impressão do voto, foi instituída a fiscalização dos dados inseridos nas urnas eletrônicas. Com isso, as entidades auditoras passaram a ter a possibilidade de certificar a exatidão e a autenticidade das informações colocadas nas urnas.

1/ Galeria de imagens

O chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE, Rodrigo Coimbra, lembra que, com a introdução da urna UE98, dois terços do eleitorado passaram a votar em urna eletrônica, utilizando o modelo anterior, de 96, e o de 98.

Para conferir mais detalhes de cada modelo é só acessar a página especial sobre a urna eletrônica.

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