A JE Mora ao Lado: mesário desde 1986, professor fala sobre a evolução do sistema de votação

Com 36 anos de experiência na função, Juscelino Miranda, de Ribeira do Pombal (BA), usa os dados das eleições em sala de aula

16/02/2023 15:00 - Atualizado em 08/03/2023 17:51

Juscelino Miranda foi convocado pela primeira vez pela Justiça Eleitoral (JE) em 1986. Desde então, ele atua como mesário nas eleições. De Ribeira do Pombal (BA), o professor de matemática conta que muitas vezes leva os resultados das eleições para a sala de aula para trabalhar com os alunos. “Trabalho com eles questões de estatística, quantidade de abstenção, cálculo de porcentagens”, exemplifica.

Com 36 anos de colaboração à instituição, Juscelino afirma que teve a oportunidade de ver a revolução pela qual a Justiça Eleitoral passou. Ele, que começou como secretário da seção em uma zona rural, há vários anos atua como presidente. “Quando comecei a trabalhar [como mesário], a votação ainda era por cédula de papel, era mais trabalhoso e exigia mais atenção. Pude testemunhar o avanço que aconteceu no sistema de votação”, lembra.

Veja a entrevista no canal do TSE no YouTube.

Ainda sobre o avanço do sistema de votação, o mesário recorda da demora na apuração antes da existência do meio eletrônico: “Aqui na minha cidade, que tinha 50 mil habitantes, 24 mil eleitores, a apuração demorava acho que três dias. Agora, com o sistema eletrônico, a gente percebe a facilidade e a agilidade que o resultado sai. No momento em que a gente encerra a urna eletrônica, automaticamente já sai o boleto com o resultado. Então, creio que tanto agilizou como facilitou o trabalho da apuração das eleições”, afirma.

A JE Mora ao Lado - Juscelino Miranda - 16.02.2023

Juscelino faz questão de ressaltar a fidedignidade da urna eletrônica. “É 100% confiável. Se todos os brasileiros pudessem ter a oportunidade de trabalhar como mesário, eu acredito que as dúvidas que alguns ainda têm sobre o sistema eleitoral brasileiro seriam dirimidas, porque quem trabalha vê a confiabilidade e o quanto que o processo é seguro”, garante.

Reencontros

O dia da votação também é uma oportunidade para reencontros. O professor, que já leciona há 37 anos, conta que na seção em que atua tem a oportunidade de ver alunos, ex-alunos e até mesmo professores deram aula para ele. “Além de ser uma festa democrática, também é uma festa social. Muitas vezes aparecem lá na seção ex-alunos que já são doutores, que já são também colegas de profissão. Então, realmente, o dia da eleição é um encontro festivo”, destaca.

Entre as diversas situações vividas na seção eleitoral, o mesário compartilha que chama atenção ver eleitores que não são mais obrigados por lei seguirem participando das eleições. “Tem uma senhorinha – acho que ela tem mais de 80 anos – que toda eleição faz questão de ir lá e votar. Ela diz que esse é um dever que ela tem que cumprir como cidadã, escolhendo os representantes dela”, conta.

Juscelino destaca que acredita ser de extrema importância a experiência de ser mesário. “A gente tem o privilégio de contribuir para a consolidação da democracia. Cada pessoa, jovem, idoso, das mais diversas faixas etárias, vão ali e têm a certeza de ter a sua vontade garantida”, finaliza.

Série Mesários

Essa história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro de 2022, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

DB/LC

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