A JE Mora ao Lado: “A gente constrói uma relação de amor com a própria democracia”, afirma mesária

Há mais de 20 anos cooperando com as eleições, Elisa diz que não pretende mais parar com o serviço voluntário

28/02/2023 15:00 - Atualizado em 08/03/2023 17:53

Mesária desde 2002, Elisa Cristina Pires, 41 anos, relembra a primeira convocação para atuar nas eleições: “Quando eu iniciei, o Tribunal Superior Eleitoral ainda convocava as pessoas através dos oficiais de justiça”. Ela conta que recebeu uma carta da Justiça Eleitoral (JE) a convocando para ser secretária no pleito e que, depois de três eleições, foi convidada para ser presidente de mesa.

Elisa diz que, logo após ser convocada, já teve início a introdução do sistema de voluntariado. “Eu gostei tanto da experiência que no dia que eu fui trabalhar eu pensei: ‘acho que eu não quero mais sair’. E a partir dali eu sempre me voluntariei”, afirma.

A JE Mora ao Lado - 28.02.2023

Servidora pública municipal, Elisa diz que Igrejinha (RS), município onde mora, é conhecido como a “cidade do voluntariado”. “A gente tem uma festa que é toda feita com serviço voluntário, e nessa festa eu trabalho desde antes das eleições. Então, eu já gostava muito dessa questão do voluntariado”, explica.

Veja a entrevista no canal do TSE no YouTube.

“Passamos por anos muito duros, quando as pessoas não tinham esse direito. Então, para mim, foi sempre muito importante ser parte ativa disso tudo, desse núcleo. A gente constrói uma relação de amor com a própria democracia e com o ato de estar lá”, ressalta. A mesária destaca que vê como grande oportunidade poder participar do processo democrático que acontece no país, além de servir também como construção pessoal.

Construção e confiança

A JE, para Elisa, é um órgão pelo qual ela tem grande apreço, além de ser um meio garantidor de diversos direitos. “Depois que eu passei a trabalhar como mesária, eu me apaixonei pela Justiça Eleitoral. Vejo-a como a base de muita coisa que a gente constrói no dia a dia”, descreve.

E após tantos anos de atuação nas eleições, a servidora sempre tem história para compartilhar. “Há um eleitor na minha seção que, se ele chega para votar e não sou eu que estou ali pra ditar o título dele, ele senta e espera”, relata, ao recordar de algumas situações que ocorrem durante os pleitos. “Tu acaba criando uma relação de confiança. É muito engraçado, porque quando eu entro, o pessoal que trabalha comigo já diz: ‘Teu eleitor padrão está te esperando’”, conta.

A mesária diz que dá também uma atenção especial às crianças e aos adolescentes que acabam passando pelas seções. Segundo ela, é relevante ensinar as novas gerações – que poderão ser futuros mesários – sobre direito eleitoral, de forma didática e divertida, até mesmo dando docinhos a eles.

“Isso me deixa com uma sensação de dever cumprido muito grande, de poder passar para eles o quanto é importante que eles gostem daquilo ali”, diz, ressaltando que os adultos, que acompanham os futuros eleitores, devem incentivar as crianças e os adolescentes a gostar “de política, gostar de trabalhar e gostar de prestar um serviço voluntário”.

Série Mesários

Essa história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro de 2022, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

DB/LC, DM

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