Representantes do TSE discutem na França estratégias de combate à desinformação
Comitiva brasileira participa de missão promovida pela União Europeia
A missão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com a União Europeia (UE) esteve em Paris na última quinta-feira (7) para discutir com autoridades francesas estratégias de combate à desinformação.
O grupo, formado por servidores da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação e da Secretaria de Comunicação e Multimídia do TSE participou de uma reunião na Autoridade Reguladora das Comunicações Audiovisuais e Digitais (Arcom), que falou sobre as atribuições regulatórias e sancionatórias da pasta, além do trabalho desempenhado para assegurar a equidade nas campanhas eleitorais em rádio e televisão.
A chefe da Arcom, Isabelle Mariani, destacou que em períodos eleitorais há uma grande preocupação para impedir discursos de ódio e violência. Segundo ela, há ainda o desafio de promover, junto às plataformas, ações expressivas de combate à desinformação.
Ela explicou que existe uma regulamentação voltada para as plataformas que devem informar anualmente sobre o cumprimento das orientações expedidas pela Arcom. “Também há um trabalho sendo desenvolvido para que essas plataformas promovam ações de educação midiática e incentivem a promoção de conteúdos confiáveis”, pontuou.
Ainda em Paris, a missão brasileira debateu boas práticas de combate à desinformação com setores ligados à Secretaria para Defesa Nacional e Segurança. A troca de experiências incluiu pontos sobre ameaças híbridas, manipulação de informações, cibersegurança, estratégias de monitoramento, entre outras ações para mitigar o impacto de notícias falsas no processo eleitoral.
Eles alertaram para o comportamento dos perfis que espalham desinformação, que buscam desacreditar instituições e o processo eleitoral, minar a imagem do candidato adversário ou mesmo alimentar desconfiança sobre a imprensa. “Por isso, é fundamental que o eleitor saiba distinguir opinião de informação manipulada”, esclareceu o Chefe de Vigilância e Proteção contra Interferência Digital Externa, Marc-Antoine Brillant.
Para ele, a manipulação de informações “é uma ameaça real, séria e extremamente preocupante”.
Além de ouvir sobre as iniciativas e sobre o trabalho desenvolvido na França, a delegação brasileira apresentou o programa de enfrentamento à desinformação do TSE, bem como apresentou os resultados já atingidos e as iniciativas previstas para as Eleições 2022.
Frederico Alvim, chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação, destacou que as reuniões serviram para alertar sobre os riscos das ameaças híbridas, que têm potencial real de impactar o processo eleitoral.
Houve, ainda, apresentação de iniciativas pioneiras da Justiça Eleitoral brasileira como a formalização de parcerias, ações educativas e capacitações em diversos segmentos. “Em todos os encontros percebemos que há o interesse em conhecer melhor as ações desenvolvidas por nós, como o sistema de alerta de desinformação, por exemplo, o que mostra que o Brasil adota boas práticas para enfrentar os efeitos da desinformação no processo", afirma Alvim.
LG/CM, DM