A JE Mora ao Lado: professora conta que ser mesária a tornou cidadã referência na cidade

Maria Amélia conta que a função aumentou sua responsabilidade com a comunidade da região em que mora

13/12/2022 15:00 - Atualizado em 13/12/2022 15:14

A professora e psicopedagoga Maria Amélia Pinheiro tem 55 anos e mora em Itaiá, no município de Firmino Alves, na Bahia. Mesária desde quando a votação era em cédula de papel, ela afirma que na comunidade pequena, que possui menos de cinco mil habitantes, o trabalho a fez ficar conhecida quase “como uma celebridade”.

“A gente assume o papel, e todos sabem. Eu vejo que é muito importante trabalhar com responsabilidade”, diz ela, reafirmando a missão de cidadã que trabalha pelo coletivo.

Assista a entrevista no canal do TSE.

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Votação do passado

A professora conta que atua como mesária desde os anos 1990 e já participou de eleições com voto de papel, acompanhou a integração da urna eletrônica no sistema eleitoral e a chegada da urna com identificação biométrica no município. “Antes, na época do voto em cédula, as pessoas demoravam para preencher, era muito mais demorado. Depois, com a urna eletrônica, ficou melhor. Agora, com a biometria, a identificação ficou ainda mais rápida, tudo evoluiu bastante”, avalia.

Festa da democracia

A cidade de Itaiá é conhecida por realizar o São João Antecipado. Maria Amélia conta que dia de eleição não é diferente, tudo vira uma grande festa. “As pessoas colocam a melhor roupa, fica gente na praça, é um superevento. Aqui, as pessoas não viajam no dia do pleito porque fazem questão de votar. Elas são muito participativas, têm muita responsabilidade e querem escolher seu candidato”, avalia.

Maria afirma que o vínculo com a política bem como a ajuda ao próximo está no sangue. “Sou católica e aqui na minha cidade a gente ajuda bastante um ao outro, fazemos muito trabalho voluntário. E, para mim, esse trabalho [de mesária] é uma doação de tempo. Minha mãe e meu avô foram vereadores, eu tinha vontade também, mas acabei me afastando disso. Então, essa é uma forma de atuação para mim”, conta.

Contribuição da profissão

Além de atuar como mesária, Maria Amélia é pedagoga e faz questão de levar o assunto da cidadania para a sala de aula. “Quando a gente trabalha na sala essa questão de cidadania, de ajudar o outro, a gente também aprende e precisa dar exemplo ao aluno. Trazer essa realidade de serviço de mesária para dentro da sala de aula é oferecer uma referência, que, como sempre, as crianças procuram”, afirma.

Série Mesários

Esta história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

JL/CM, DM

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