A JE Mora ao Lado: voluntária convida jovens a serem mesários para contribuir com a democracia

Em 18 anos de colaboração com a Justiça Eleitoral, Luciana se emociona com o lado humano da atividade

02/08/2022 15:00 - Atualizado em 11/08/2022 13:55

Luciana Almada Serrano, de 37 anos, é uma divulgadora da importância do papel dos mesários para a democracia brasileira. Há 18 anos ela atua como colaboradora da JE na função de mesária voluntária e, atualmente, como presidente de seção eleitoral no município de Jaraguari (MS). Ela já incentivou diversos jovens para o exercício da atividade ao mostrar o valor desse trabalho para a cidadania.

Inicialmente, Luciana se inscreveu aos 18 anos quando soube que atuar como mesária poderia garantir isenção de inscrição em determinado concurso público. Porém, ao atuar pela primeira vez, ela viu que a função representava muito mais, pois conquistava a admiração das pessoas que iam votar.

“Você tem o respeito e o carinho das pessoas da comunidade. É um serviço de relevância, bem visto pela sociedade. Me inscrevi como voluntária e eu presto esse serviço desde então”, ressalta.

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Mesário - A JE Mora ao lado - Luciana Almada, em 02.08.2022

Assista ao vídeo da entrevista no canal do TSE no YouTube.

O que mais a motiva a continuar na tarefa é a forma como é recebida pela população. “Como eu sempre trabalhei na mesma seção eleitoral, parece que o pessoal ganha uma confiança na gente. Se sente bem recebido, porque a maioria das pessoas daqui, que vem para votar, é da zona rural. Então, elas ficam muito tímidas no dia. Ter confiança em quem está ali ajuda muito nesse momento”, revela Luciana, que diz tirar muitas dúvidas dos eleitores.

Lembranças que comovem

Ao longo dos anos como colaboradora da Justiça Eleitoral, Luciana Almada conta que colecionou muitas histórias, Mas duas delas fazem com que ela se emocione até hoje. A primeira foi quando um senhor de mais de 80 anos, com problemas de saúde, insistiu com o filho que o levasse para votar.

Ao chegar à seção eleitoral, o idoso ficou nervoso e não conseguiu. Então, Luciana o tranquilizou, dizendo que fosse para casa, treinasse com a “colinha” [lembrete com os números das candidatas e candidatos preferidos] e retornasse mais tarde.

“Então, ele disse: eu vou voltar, porque quero ajudar a minha cidade. E ele voltou no final do dia, antes de terminar a votação. E exerceu o papel dele de cidadão. Isso me comoveu muito”, completa Luciana, que guardou o exemplo daquele senhor para a vida. “Não temos que olhar para as nossas barreiras. Temos que tentar fazer a nossa parte. E esse senhor me ajudou a desenvolver isso. Eu tenho que fazer a minha parte”.

Outra situação que a comoveu foi quando um rapaz com deficiência visual chegou para votar. Ele foi tão bem atendido pelas mesárias e mesários que se emocionou e manifestou gratidão. “Agradeceu demais porque entrou na nossa seção achando que não conseguiria votar”, diz Luciana.

Convite para o pessoal

Com a experiência de quase duas décadas de serviço, Luciana convida as pessoas a exercerem voluntariamente o papel de mesário nas eleições. “Representa um crescimento tanto para a vida profissional quanto pessoal. Você estará lidando diretamente com pessoas. Nós vivemos hoje em uma sociedade em que os indivíduos estão deixando um pouco de lado a questão humana”, afirma, ao acrescentar que a atividade permite resgatar essa proximidade com o outro, por meio de uma ajuda amiga, de um sorriso.

“Cada pessoa que entra [na seção eleitoral] trato como um irmão, um pai, uma mãe. Trato como gostaria que os meus fossem recebidos em qualquer órgão público, em qualquer situação", conclui.

Série Mesários

Essa história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

EM/CM

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