A JE Mora ao Lado: trabalho em prol da comunidade é tradição compartilhada pela família de mesário de Sapiranga (RS)

Gilberto Boufleur acompanhou de perto rotina de irmãos que ajudavam na contagem manual dos votos

18/08/2022 18:47 - Atualizado em 18/08/2022 19:24

O trabalho em prol da comunidade é uma tradição compartilhada pela família do calçadista Gilberto Boufleur. Há cerca de 20 anos, ele foi convocado pela Justiça Eleitoral para atuar como mesário e, desde então, dedica parte do tempo à democracia do nosso país.

“É uma experiência de vida que não se recebe em lugar nenhum”, diz, ao recomendar que as pessoas jovens se inscrevam como voluntárias para trabalhar em favor do fortalecimento do processo democrático brasileiro.

Confira a entrevista do mesário Gilberto Boufleur para o canal do TSE no YouTube.

Nos domingos de eleição, Gilberto recepciona e orienta os eleitores que votam em uma das seções eleitorais do município de Sapiranga, localizado a aproximadamente 60 quilômetros de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Um ofício compartilhado com diferentes gerações de irmãos, que puderam acompanhar de perto a transição do voto manual para o eletrônico.

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JE Mora ao Lado - Gilberto Boufleur - 18.08.2022

Hoje em dia, parece difícil até de imaginar, mas até meados dos anos 1990, os votos ainda eram registrados em papéis, que ficavam armazenados em urnas de lona. Como naquela época a apuração também não era informatizada, cabia aos escrutinadores a árdua missão de contar os votos do eleitorado, um a um.

“Eu sou o mais novo de seis irmãos. Todos eles trabalharam [como mesários] na época do escrutínio na mão, na época das cédulas. Eu os via trabalhando nas eleições, trabalhando de noite, ajudando no escrutínio e assim foi. Posteriormente, eu fui chamado também e estamos aí”, lembra.

Mudança de hábito

De lá para cá, muita coisa mudou a partir da adoção da urna eletrônica pela Justiça Eleitoral, em 1996. A rotina de quem trabalha em uma eleição se tornou muito menos exaustiva e possibilitou que essas pessoas pudessem se envolver em outros encargos.

E foi exatamente isso que aconteceu com Gilberto. A bagagem acumulada ao longo dos anos como mesário despertou nele uma visão mais estratégica do serviço, fato que o levou a sugerir uma mudança na forma como o trabalho era organizado.

Para garantir que o grupo se mantivesse motivado, ele sugeriu que fosse instalado um esquema de rodízio dentro da seção eleitoral. Dessa forma, todos poderiam aprender a realizar qualquer tarefa realizada no dia da votação. A ideia deu tão certo que a equipe ficou conhecida por ser bem preparada e logo passou a ser requisitada em outras seções eleitorais da cidade.

“Eu fui treinando o pessoal, fazendo rodízio e foi bem tranquilo [...] Toda vez que faltava presidente de alguma seção, puxava alguém da minha turma”, diverte-se o mesário.

Série Mesários

Essa história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

BA/LC, DM

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