“Eu estou lá porque eu realmente gosto”. É dessa forma que Herbene Nathaly, de 29 anos, resume a trajetória de oito anos como mesária na cidade de São Gonçalo do Amarante (RN). Em 2014, em um gesto simples, mas de muita cidadania, ela acessou o Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se candidatou para trabalhar como voluntária nas eleições daquele ano.

Veja a entrevista no canal do TSE no YouTube.

Herbene explica que, mesmo com os benefícios obtidos em virtude da função, tomou a decisão pelo prazer em contribuir. “Eu sempre quis participar, sempre gostei desse meio. Quando eu ia votar, ficava observando o pessoal. Eu não queria só ir votar, eu queria votar e continuar participando daquilo tudo”, revela.

De acordo com Herbene, essa vontade aumentou ao ver que os mesários desempenham um serviço fundamental para o processo de votação. “Sem eles, não tem como dar andamento ao dia da eleição. Algumas pessoas acham que estamos ali só para receber e observar, mas não. Tem todo um treinamento antes para sabermos o que pode e o que não pode e até a questão das leis”, explica.

E destaca: “A gente está ali procurando sempre o melhor e, a cada ano, mais a gente fica por dentro das eleições, para ajudar e tentar clarear um pouco a cabeça do pessoal que vai votar”.

Por compreender bem essa importância, ela conta que nem a gravidez, nem a amamentação a impediram de participar. No segundo ano como mesária e com cinco meses de gestação, muitos a questionavam sobre se ela indicaria alguém para substituí-la. “Jamais! Vou estar lá, firme e forte”, respondia com orgulho.

No pleito seguinte, com a filha de dois anos e que ainda amamentava, também fez questão de comparecer. “A minha mãe me ajudou. Ela foi até a escola e levou minha filha para eu amamentar e depois a levou de volta”, lembra.

Reencontros

Em muitos municípios pequenos pelo país, o dia de votação é, também, uma oportunidade para rever pessoas queridas e, em São Gonçalo do Amarante, não é diferente. “O dia da eleição é o momento em que você reencontra os amigos, a família e o pessoal que está morando fora e vem somente para votar. Então, esse é um dia de reencontro”, ressalta.

Segundo ela, por ser uma cidade pequena, os mesários acabam atendendo a própria família e os amigos. “Todo mundo se conhece. É uma festa, uma alegria muito grande dentro da escola no dia do reencontro”, diz.

Conselho aos jovens eleitores

Aos novos eleitores, Herbene Nathaly dá um recado importante. “Vote consciente, busque um pouco mais sobre a pessoa que você quer votar e, quando for para a escola, vá consciente e faça a sua parte”, aconselha. “E ao pessoal que também quiser se candidatar a ser mesário voluntário também agradecemos. É uma ajuda a mais que a gente tem”, completa.

Série Mesários – A JE Mora ao Lado

Esta e outras histórias fazem parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. As matérias contam, por meio da experiência desses importantes colaboradores, a importância do mesário no processo eleitoral brasileiro.

A ideia desta série é reconhecer e valorizar o esforço de cidadãs e cidadãos anônimos, que, a cada dois anos, doam tempo e trabalho para que o Brasil fortaleça o sistema democrático ao realizar eleições livres e confiáveis. O intuito é que os milhares de colaboradores espalhados pelo país se sintam homenageados e representados por cada história.

AL/LC, DM

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