Servidoras do TSE falam de igualdade para celebrar o mês da mulher
Histórias de liderança baseadas em competência e dedicação se destacam no Tribunal
No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relata histórias de servidoras e colaboradoras que ajudam a desenvolver a Justiça Eleitoral, além de apontar os desafios na igualdade de gênero no ambiente de trabalho institucional.
Igualdade é o tema da primeira entrevista da série Mulheres Debatem, ação promovida pelo TSE durante o mês da mulher. A cada sexta-feira, sempre às 15h, no canal do TSE no YouTube, o ministro Luís Roberto Barroso vai se encontrar com importantes personalidades femininas do Brasil para debater temas diversos.
Ana Karinne Siqueira, analista e coordenadora de Soluções Corporativas da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE (STI/TSE), lembra quando entrou em uma reunião externa representando o chefe, no ano passado, e os cerca de dez servidores homens de outros órgãos públicos não conseguiram esconder o espanto. “Pensei: eles devem estar se perguntando o que esta moça está fazendo aqui”, conta sorrindo.
A “moça” não titubeou. Posicionou-se de forma firme, mas delicada, mostrou todo o seu conhecimento sobre o tema tecnológico que estavam discutindo e, como sempre, o TSE foi muito bem representado.
“É pela postura e pelo conhecimento que a mulher ganha cada vez mais seu espaço”, diz a servidora, que chegou ao TSE há 25 anos.
Ana Karinne convive em um universo ainda hoje muito masculino desde a década de 1990, quando se formou em Processamento de Dados. Na turma, dos cerca de 20 estudantes, somente quatro eram mulheres. No TSE, eles sempre foram a maioria dos colegas, e há seis anos no comando do setor, ela lidera uma equipe de 66 pessoas, das quais 52 são homens.
Para ela, o segredo de uma mulher liderar é o mesmo que ela usou para se posicionar na reunião contada acima, ou seja, ter conhecimento na área, saber se impor, ter atitudes firmes e saber enfrentar os desafios com tranquilidade.
Para ela, na questão da igualdade, não há diferença alguma entre lidar com servidor, servidora, colaborador ou colaboradora. “A turma é igualitária quanto à condução dos processos, pois todos tem um objetivo a cumprir”, diz a servidora que, além de coordenar trabalhos estratégicos no TSE, se dedica também à culinária e ao artesanato, nos finais de semana.
A STI conta ainda com mais uma mulher entre os cinco coordenadores: Grace Porto lidera a coordenadoria de Gestão de TI. O TSE conta com 884 servidores ativos, sendo a maioria (52%) formada por homens. Há 180 cargos de chefia no Tribunal e as mulheres ocupam 73 deles.
Sororidade na busca por igualdade
Para a servidora Eliane Alves, falar de igualdade de gênero é muito importante, mas ela questiona como fica essa questão entre pessoas do mesmo gênero. “Algumas mulheres têm dificuldades de promover outras mulheres, só por pensar que aquela mulher pode um dia querer ter um filho e pode vir a ter que se ausentar do trabalho para cuidar da criança, por exemplo. Como podemos falar em igualdade com esse pensamento?”. Eliane cita esse fato para explicar que ainda falta sororidade entre as mulheres.
Sororidade é o termo usado para estimular o apoio entre as mulheres. A palavra vem do latim soror, que significa irmã ou irmandade. Na opinião de Eliane, a meta deve ser sempre a igualdade: “Precisamos dar passos mais largos para a igualdade nos ambientes coletivos e em especial no local de trabalho, onde as pessoas passam boa parte do seu dia”.
Eliane é lotada na Secretaria de Gestão de Pessoas e sempre participa de ações sociais do TSE que contribuem para o crescimento dos colaboradores, como o “Programa de Educação Solidária”, em que voluntários são responsáveis por ministrar aulas e oficinas sobre diversos temas.
GA/TP, DM