Uma família dedicada à Justiça Eleitoral

O ex-servidor do TRE-SE Marcos Vinícius Linhares viveu, juntamente com os pais, Leda e Arnaldo, fatos marcantes da Justiça Eleitoral

Marcos e Leda TRE-SE

Esta poderia ser apenas uma história sobre um ex-servidor do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) e suas contribuições para a instituição. Mas, para falar do juiz estadual de Alagoas Marcos Vinícius Linhares (47 anos), servidor do TRE-SE por quase duas décadas, é preciso falar também dos pais dele: Leda Maria e Arnaldo Constantino, e do amor da família pela Justiça Eleitoral. Afinal, segundo ele mesmo afirma, essa é a melhor herança que ele recebeu dos pais. “Ainda pequeno, passava algumas tardes após a escola no local, enquanto eles terminavam o trabalho”, lembra.

Dona Leda entrou no Tribunal em 1970 e se aposentou após três décadas de trabalho. Nesse período, atuou como presidente da Associação dos Servidores do TRE-SE, secretária da Corregedoria e diretora substituta do regional, entre outras funções. Mesmo após se desligar, voltou ao Tribunal indicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), como membro titular da classe jurista, posição que ficou por dois anos. Já o pai (falecido), Arnaldo, foi técnico judiciário, cargo que depois foi transformado em analista judiciário, e durante quase 20 anos foi chefe de um dos cartórios eleitorais de Aracaju (SE).

Fatos marcantes

É a matriarca, de 80 anos, nascida em Laranjeiras (SE), quem conta como o amor e o respeito da família pela Justiça Eleitoral começaram. “Minha passagem pelo TRE me marcou muito. Participei ativamente de vários processos importantes que mudaram a história da Justiça Eleitoral do Brasil, como o recadastramento eleitoral. Hoje em dia, tudo é mais fácil. Sou da época em que os eleitores eram cadastrados em fichas, que havia cédulas de votação e que os eleitores analfabetos iam ao cartório se cadastrar acompanhados de cabos eleitorais, para garantir o voto de seus candidatos nas eleições”, recorda.

“Me lembro de um fato engraçado. O eleitor não conseguia escrever a letra ‘L’ na ficha, e o cabo eleitoral repetia para ele: ‘Levanta a perninha, levanta a perninha’. Até que o eleitor falou: ‘Mas eu já levantei minha perna várias vezes e não dá certo doutor!’”, conta, com bom humor.

Segundo Leda, antigamente havia muita fraude, em todas as fases, desde o cadastramento, passando pela votação, pois alguns eleitores se cadastravam no interior e na capital do estado para poder votar mais de uma vez para agradar candidatos diferentes. “A implantação na Justiça Eleitoral de toda a parte eletrônica, em vários de seus processos, inclusive na urna, eliminou as fraudes e trouxe muitos avanços. É por isso, entre outras razões, que a Justiça Eleitoral mora no meu coração”, afirma.

De mãe para filho

Marcos estava há dois anos na Polícia Rodoviária Federal quando viu no concurso do TRE a oportunidade de trabalhar no mesmo local onde seus pais construíram sua vida profissional e com o qual já havia estabelecido laços. E ali ele ficou durante 25 anos. Primeiro como técnico judiciário (de 1996 a 2008) e depois como analista judiciário (de 2008 a junho de 2019, ano em foi aprovado e nomeado para o cargo de juiz estadual de Alagoas). “Fui chefe da Seção, assessor de juiz, coordenador de Jurisprudência e Documentação e, no final, exerci o cargo de secretário judiciário por cerca de 11 anos. Nessa época, o TRE-SE recebeu o selo Diamante no Prêmio Conselho Nacional da Justiça (CNJ) de Qualidade”, afirma.

Entre os momentos marcantes que viveu durante o período que esteve no Tribunal, Marcos conta que participou da criação do embrião do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e do desenvolvimento do iPleno, sistema que gerencia sessões plenárias, implantado atualmente em vários regionais. “Ir para o TRE-SE era algo que estava no meu destino. Toda vez que vejo o vídeo que fizeram para a minha despedida, eu choro, com saudades dos colegas e do ambiente da Justiça Eleitoral. Sempre quis trabalhar com a Justiça e me identifiquei cedo com o Direito Eleitoral”, afirma ele, que foi inclusive professor dessa área em duas faculdades por mais de uma década.

Há quase dois anos, Marcos acumula o cargo de juiz estadual de Alagoas com a função de juiz eleitoral. Em 2020, presidiu, pela primeira vez, as eleições no município de Mata Grande, no sertão alagoano (27ª Zona Eleitoral). “O que me deu muito orgulho, principalmente pelo contexto todo: de realizarmos, com sucesso, uma eleição em plena pandemia”, destaca.

Este texto faz parte da série “Nós somos a Justiça Eleitoral”, que vai mostrar a todos os brasileiros quem são as pessoas que trabalham diariamente para oferecer o melhor serviço ao eleitor. A série será publicada durante todos os dias de fevereiro, mês em que se comemora o aniversário de 89 anos de criação da Justiça Eleitoral.

MM/CM, DM

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