O bigode mais famoso do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia

Funcionário mais antigo, Antônio Carlos de Oliveira, conhecido por ‘Bigode’, se aposentará do Tribunal com a sensação de dever cumprido e uma legião de amigos

TRE-BA - Bigode

Quem perguntar por Antônio Carlos de Oliveira no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) pode até não descobrir onde ele está na sede do regional. Mas, se perguntar por Bigode, não há servidor nem colaborador que não o conheça. Também, pudera! Bigode é o servidor mais antigo do Tribunal, com 54 anos de casa.

E aqui o termo ‘casa’ é usado com autorização do entrevistado, afinal é assim que ele se sente no TRE-BA. “Digo que o Tribunal é minha primeira família, pois cheguei aos 18 anos. Graças a ele, conquistei, e continuo conquistando, muitas coisas. Tudo o que dei para minhas filhas foi graças ao meu trabalho. Tenho muito orgulho da minha vida no TRE. Sinto falta do Tribunal nos finais de semana. Fiz muitos amigos, aqui é minha vida”, conta Bigode, casado com Maria de Lourdes há 42 anos e pai de Melina (34) e Larissa (36).

Confira aqui o depoimento de Bigode.

Aos 74 anos, atualmente ele é técnico judiciário e trabalha na Seção de Almoxarifado. Mas já atuou como atendente judiciário e guarda auxiliar. O apelido ‘Bigode’ veio antes de sua chegada ao TRE. Jogador de futebol desde os 14 anos, ele confessa que era bravo em campo (e fora dele), e os colegas da equipe, para deixar o clima mais amigável, resolveram brincar com o bigode que ele tinha à época. A fama de durão rendeu também outro apelido: cachorro, “porque eu era bravo como um cachorro, não podiam piscar para mim que eu já brigava”.

LeveMas a vida, sempre ela, foi ensinando para Bigode que valia a pena ser mais leve. As pessoas descobriram então que por trás daquela cara de jogador valente, e do bigode, havia um parceiro boa praça, de sorriso fácil. “Fui aprendendo a lidar com as pessoas, afinal só mosquito que não muda”, explica com bom humorSem jogar profissionalmente há mais de 48 anos, Bigode nunca se afastou dos campos. Desde os 30 ele vem atuando como juiz de campeonatos locais.  “Tenho muita moral com os jogadores, eles me respeitam”, conta.

Para manter a boa forma de ex-jogador e dar conta da missão de apitar os jogos, Bigode corre diariamente cerca de 13 quilômetros, numa área próxima ao Dique do Tororó, local famoso em Salvador onde ficam oito estátuas de bronze representando alguns orixás.

A homenagem a Bigode nessa série especial pelo Dia da Justiça Eleitoral se justifica não apenas pelos 54 anos dedicados ao TRE e por sua disposição em aprender e ajudar os colegas, mas também porque ano que vem, quando completar 75 anos, ele vai se aposentar de forma compulsória. “Adiei o tanto que pude. Mas me despedirei tranquilo com a certeza de missão cumprida. Acompanhei dezenas de eleições nesses anos todos. A última, um grande desafio devido à pandemia da Covid-19, foi realizada com sucesso”, lembra ele.

Esse texto faz parte da série “Nós somos a Justiça Eleitoral”, que vai mostrar a todos os brasileiros quem são as pessoas que trabalham diariamente para oferecer o melhor serviço ao eleitor. A série será publicada durante todos os dias de fevereiro, mês em que se comemora o aniversário de 89 anos de criação da Justiça Eleitoral.

MM/CM, DM

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