Cecília: um jejum inesquecível

Nesta matéria especial, Cecília da Costa Silva, servidora do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, relata que a entrada dela no órgão começou com uma aposta do marido

TRE-PB - Um jejum inesquecível

Cada pessoa tem uma reação ao conquistar algo que sempre sonhou. Cecília da Costa Silva teve a mais inusitada delas ao passar, aos 23 anos, no concurso do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB): ficou uma semana sem comer de tanta felicidade. Hoje, aos 65 anos, Cecília conta o fato, aos risos.

“Passar no concurso do Tribunal era o grande sonho dos jovens na época. E comigo não foi diferente, afinal eu trabalhava no comércio desde os 16 anos, e até os 18 anos inclusive sem carteira assinada. Quando fiquei grávida, aos 20 anos, fui demitida da loja onde trabalhava. Eram tempos difíceis, sempre trabalhando de pé no comércio, inclusive aos sábados. Como eu gosto de gente, nunca considerei um fardo”, lembra.

Mas a sorte mudou quando o marido de Cecília, José, encontrou um amigo na rua, que avisou que era o último dia das inscrições para o concurso do TRE-PB. Com pouco dinheiro no bolso, na hora ele pensou: ou ela, ou eu. E como ele era soldado do exército, resolveu apostar nela.

Assista ao depoimento de Cecília.

A aposta deu certo. “Na hora de preencher a inscrição, decidi fazer para o cargo menos procurado, que era agente de portaria, e passei para a única vaga que havia. Estudei e agradeço a oportunidade que a vida me trouxe. A prova foi no dia 12 de março de 1978 e, cinco dias depois, já saiu o resultado”, lembra.

A mãezona

Formada em Direito em 1983, a servidora é mãe de quatro filhos: Joelma (45), Joeldson Cláudio (41), Jean César (39) e Joelton Carlos (36). Nascida em João Pessoa, Cecília, que atualmente ocupa o cargo de atendente judiciária na Coordenadoria de Registros e Informações Processuais (CRIP), faz questão de declarar sua paixão pela Justiça Eleitoral. “Gosto demais daqui. Meus colegas dizem que eu só vou sair na vassourada. Sou bem-humorada, uma espécie de mãezona de todos, a mais velha da turma”, diz ela.

Nesses 42 anos no TRE-PB, Cecília trabalhou por 34 na área de Tecnologia da Informação e, em 2012, foi para a Secretaria Judiciária, e recebeu inclusive a Medalha de Serviço “Juiz Agnelo Amorim Filho” por sua dedicação ao Tribunal. “Gosto de criar raízes. Me apego muito ao local e às pessoas. Já exerci o cargo de coordenadora de Eleições do regional. Trabalhei em cerca de 30 pleitos, entre eleições regulares e suplementares”, enumera orgulhosa.

Foi no Tribunal que ela descobriu um de seus talentos: atuar. Convidada a integrar o grupo Cenário Eleitoral, formado há seis anos pela colega de trabalho Nara Limeira, Cecília se descobriu como atriz. O grupo se apresenta em eventos e datas comemorativas, sempre levando temas que possam ajudar na reflexão das pessoas, como corrupção, envelhecimento, sustentabilidade, e já esteve no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um de seus espetáculos.

Este texto faz parte da série “Nós somos a Justiça Eleitoral”, que vai mostrar a todos os brasileiros quem são as pessoas que trabalham diariamente para oferecer o melhor serviço ao eleitor. A série será publicada durante todos os dias de fevereiro, mês em que se comemora o aniversário de 89 anos de criação da Justiça Eleitoral.

MM/CM, DM

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