Veja entrevista com organizador de livro do TSE e USP sobre eleições na Primeira República
Professor Paolo Ricci destaca importância de termos de cooperação entre a Universidade e a Justiça Eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai lançar em breve, de forma virtual, o livro “Eleições na Primeira República – 1889 a 1930”, fruto de cooperação técnica com a Universidade de São Paulo (USP). A obra foi organizada por Paolo Ricci, professor doutor do Departamento de Ciência Política da USP, e conta com o prefácio do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.
O livro é composto por 17 artigos de diferentes autores, sendo a maioria deles doutores e pós-doutores em Ciência Política e História de diversas universidades do país. De acordo com Paolo, a ampla variedade de pesquisadores e a cooperação entre a Ciência Política e a Historiografia visa estimular os leitores a repensar o período analisado.
A diagramação da obra ficou a cargo da Secretaria de Gestão da Informação do TSE, e todos os capítulos foram ilustrados com fotos e charges da época, o que só foi possível resgatar graças ao trabalho de digitalização de jornais e revistas conduzido pela Biblioteca Nacional.
Paolo Ricci enfatiza a importância de acordos de cooperação entre universidades e a Justiça Eleitoral – incluídos os Tribunais Regionais Eleitorais – para o resgate da história do Brasil. “Há muito material histórico que ainda é subutilizado, não só no plano Federal, mas no estadual também”, afirmou.
De acordo com o professor, o público-alvo da obra não se limita a historiadores e pesquisadores. O objetivo é que a publicação chegue a estudantes de ensino médio e à população em geral.
Veja entrevista com o organizador do livro, Paolo Ricci.
Além do coronelismo
Paolo Ricci explica que o livro nasceu da constatação de que era necessário resgatar a história política do período que antecedeu a criação da Justiça Eleitoral (1932) para além do coronelismo e das fraudes que marcaram a época.
“A história da Primeira República é mais do que isso. O livro busca entender a lógica da fraude, mostrar que fraude era reflexo da disputa política acirrada entre os vários partidos políticos da época e do embate político”, disse o organizador.
Segundo Paolo Ricci, a ideia foi repensar o período à luz da linha da historicidade interpretativa, já consolidada no mundo inteiro.
GA/LC, DM