Servidores da Justiça Eleitoral participam de treinamento sobre combate à desinformação no Twitter
Capacitação faz parte de acordo firmado entre o TSE e a plataforma para ajudar na propagação de informações confiáveis durante o pleito
Servidores dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) brasileiros participaram de um treinamento on-line – com representantes da plataforma Twitter – voltado ao combate à desinformação nas Eleições Municipais de 2020, marcadas para os dias 15 e 29 de novembro. O curso foi realizado nos dias 23 e 30 de setembro e no dia 5 de outubro.
Conduzida pelo head de Políticas Públicas da rede social, Fernando Gallo, pelo integrante da equipe de Curadoria do Twitter André Graziano e pelo advogado da plataforma Rafael Batista, a capacitação teve como principal objetivo apresentar os recursos disponibilizados pela ferramenta para divulgação de conteúdos oficiais e de enfrentamento da propagação de notícias falsas na web.
O curso faz parte de uma parceria oficializada na última semana entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Twitter para ajudar na disseminação de informações confiáveis sobre o processo eleitoral brasileiro e sobre as medidas sanitárias que deverão ser adotadas durante o pleito para prevenção do contágio pelo novo coronavírus.
Melhores práticas
Em 23 de setembro, primeiro dia da oficina, Gallo ensinou os participantes a usarem o Twitter e apresentou o Fleets, nova funcionalidade para compartilhamento de registros rápidos, que desaparecem 24 horas após serem postados. Para ele, além da quantidade econômica de caracteres, o grande diferencial do Twitter é o fato de ser a única plataforma social totalmente pública.
O head de Políticas Públicas do Twitter esclareceu ainda que, ao contrário das demais redes, a plataforma não veicula anúncios referentes à política ou a assuntos eleitorais em qualquer hipótese. Gallo classificou a desinformação como um fenômeno extremamente complexo, que é combatido pelo Twitter por meio de apoio a iniciativas de educação midiática e parcerias com agências especializadas em checagem de fatos.
Outro ponto polêmico, na avaliação de Gallo, é o uso de robôs em contas do Twitter. Na opinião dele, nem toda automação representa um problema para a plataforma, uma vez que existem bots que prestam serviços importantes aos usuários. A situação se inverte, entretanto, quando o assunto são as mensagens replicadas em massa. “Combatemos proativa e progressivamente automações que se comportam como spam”, disse.
Para identificar e combater os spammers, o Twitter impõe desafios às contas tidas como suspeitas, que precisam provar ser comandadas por humanos. Durante o período do desafio, os perfis em estado de suspeição têm a visibilidade reduzida. Ou seja, não aparecem na timeline dos demais perfis, em conversas e nas buscas feitas dentro da plataforma. “O usuário médio do Twitter não vê a conta”, explicou Gallo.
O representante do site informou ainda aos participantes que, na contramão de outras grandes redes sociais, o Twitter não aceita nenhum tipo de propaganda relacionada à política ou às eleições. “Não permitimos impulsionamento de conteúdo político-eleitoral. O alcance político deve ser merecido, não pago. Por isso, a gente resolveu vedar o impulsionamento, que é quando as pessoas colocam dinheiro para pagar mensagens políticas e eleitorais”, afirmou.
TweetDeck e Moments
Ministrada pelo integrante da equipe de Curadoria do Twitter André Graziano, a segunda aula foi dedicada às aplicações TweetDeck e Moments, desenvolvidas para aprimorar a experiência dos usuários dentro da plataforma que também podem auxiliar no enfrentamento das notícias falsas disseminadas na web.
O TweetDeck é uma ferramenta usada para acompanhar, ao mesmo tempo, diversas temáticas, contas, ou hashtags que estão sendo comentadas dentro da plataforma. É dividido em colunas com listas personalizadas pelo dono da conta em cada uma delas. “Qualquer um tem acesso ao TweetDeck com login e senha do Twitter. Muito útil para monitorar contas específicas, como as de agências de checagem”, informou o palestrante.
Já o Moments foi pensado como uma ferramenta de compartilhamento rápido e efêmero de histórias no Twitter. “É uma forma de contar uma narrativa organizando os tweets dentro dela e também uma possibilidade de aumentar bastante a visibilidade dentro do seu conteúdo”, disse Graziano.
Compreendendo o Twitter
O terceiro dia de treinamento, que aconteceu na manhã do dia 5 de outubro, foi dedicado exclusivamente ao combate à desinformação dentro da plataforma. Ao iniciar a aula, o head de Políticas Públicas do Twitter, Fernando Gallo, afirmou que a prioridade da empresa é proteger a saúde da conversa pública, sem interferir no diálogo democrático.
“O Twitter é uma plataforma de liberdade de expressão. Nasceu para que as vozes das pessoas pudessem ser ouvidas na esfera pública”, disse, reiterando o compromisso da plataforma de não aceitar promover quaisquer conteúdos eleitorais ou de cunho político.
Na segunda parte do curso, o advogado do Twitter, Rafael Batista, ensinou aos servidores dos TREs como localizar as informações que podem ser utilizadas nas instruções processuais.
Gallo e Batista encerraram o ciclo de palestras apresentando a preparação da plataforma para o pleito de novembro e a política de integridade de eleições do Twitter. Por fim, eles mostraram os resultados da parceria firmada com o TSE para combater as notícias falsas que circulam nas redes sociais durante o período eleitoral.
BA/LC, DM
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