Justiça Eleitoral realiza simulado para testar hardware da urna eletrônica
4°Simulado Nacional de Hardware tem o objetivo de se antecipar a eventuais problemas no dia das eleições
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os 27 Tribunais Regionais Eleitorais espalhados pelo país realizam até o dia 23 de março a quarta edição do Simulado Nacional de Hardware. A ação, que começou no dia 26 de fevereiro, vai testar 4% do total das 550 mil urnas existentes. A ideia da Justiça Eleitoral é se antecipar a eventuais problemas no equipamento no dia das eleições.
Cada TRE escolhe aleatoriamente as urnas para teste, atendendo à meta estabelecida. Os técnicos trabalham na missão de identificar eventuais falhas no hardware, que é a parte física da urna formada pelos componentes eletrônicos. Durante quase um mês, são simulados procedimentos de identificação biométrica e de votação.
“A ideia é simular o dia da eleição e observar a taxa de falhas. Muitas vezes, a simulação é realizada no próprio galpão, onde as urnas são armazenadas. A partir daí, muitas vezes os servidores do regional são deslocados para, então, poder simular a votação e analisar o comportamento da urna”, explica o coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, Rafael Azevedo.
Segundo o coordenador, o evento é de extrema importância e tem o objetivo principal de prevenir problemas para promover a estabilidade dos equipamentos no dia da eleição, uma vez que a urna eletrônica tem vários procedimentos de segurança e o sistema dela é muito sensível a qualquer tipo de situação anormal.
“Qualquer anormalidade provoca a paralisação do seu funcionamento. A gente precisa que a urna esteja muito estável no dia da eleição. Os testes servem para detectar a origem do problema para então fomentar soluções, projetar esse problema na escala de uma eleição nacional e tentar resolver antes que eles aconteçam. Um problema desses no dia da eleição é muito impactante para a votação, por isso, a importância de se prevenir”, afirma.
Um exemplo de falha ocorrida em um pleito e que poderia ter sido evitada se tivesse havido simulado à época foi em uma urna recém-fabricada que havia passado por todos os controles de qualidade, inclusive do TSE. Uma substância decorrente da solda dos componentes da placa-mãe estava fora das especificações, o que provocou falhas naquele modelo de urna.
“O elemento químico reagia com a umidade do ar. Somente depois de alguns meses, muito próximo das eleições, foi detectado que isso fazia com que a urna não ligasse em locais com alta umidade relativa do ar. Felizmente, a causa foi detectada e uma solução de contorno foi providenciada a tempo das eleições”, esclarece.
A intenção da Justiça Eleitoral é realizar o evento com mais frequência, pelo menos três ou quatro vezes antes de cada eleição. Ainda para este ano, antes do pleito, existe a expectativa de que mais um simulado seja realizado.
RC/LC