TPS 2017: planos de ataque à urna eletrônica são executados no 1º dia de evento
Investigadores têm até o dia 30 de novembro para colocar em prática suas propostas e contribuir para o aperfeiçoamento do processo eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou, nesta terça-feira (28), o primeiro dia do Teste Público de Segurança (TPS) 2017 do sistema eletrônico de votação. O evento ocorreu dentro da normalidade e não houve relato de êxito dos planos de ataque aplicados pelos investigadores para testar as barreiras de segurança do sistema. Os participantes têm até o dia 30 de novembro para colocar em prática suas propostas e contribuir para o aperfeiçoamento do processo eleitoral.
Neste ano, participam do TPS quatro investigadores individuais e de três grupos, sendo um grupo com cinco, outro com quatro e, finalmente, um terceiro com três componentes, totalizando 16 participantes. A maioria dos especialistas compareceu ao primeiro dia de programação. Apenas um grupo e um investigador individual faltaram e devem executar seus planos nos próximos dias do teste.
“Nós temos a expectativa de que eles compareçam no decorrer da semana. Mas consideramos um alto nível de comparecimento, até porque o teste deste ano teve uma participação maior do que nos anos anteriores”, observa o coordenador da Comissão Reguladora, Alberto Cavalcanti.
Rodrigo Cardoso Silva, consultor em Tecnologia da Informação, participa pela primeira vez do TPS. O que motivou a participação dele no teste como investigador foi o compromisso como cidadão e o desejo de contribuir para a evolução do processo eleitoral.
“Estamos reunidos aqui voltados ao bem comum e, por isso, estou à disposição para ajudar e contribuir como cidadão para esse processo tão importante para a democracia brasileira”, disse o investigador, que apresentou dois planos de testes. Um deles visa invadir o sistema responsável pela recepção dos arquivos de urna eletrônica a partir de ataques ao sistema de transmissão desses mesmos arquivos. Já na outra proposta, ele pretende explorar as vulnerabilidades do sistema operacional que roda na urna eletrônica.
A juíza da Presidência do TSE, Ana Aguiar, coordena a Comissão Avaliadora do TPS pela segunda vez. Com a missão de avaliar a participação dos especialistas e as contribuições propostas, ela acredita que neste ano “os 12 planos de ataques apresentados são interessantes, e os investigadores muito qualificados”.
Importante nome da história da urna eletrônica por ter participado da implementação da tecnologia no país, o cientista da área de Segurança da Informação Osvaldo Catsumi Imamura integra mais uma vez o grupo de avaliadores do TPS. Na visão dele, o teste deste ano mostra uma abordagem, por parte dos investigadores, mais preocupada com o processo eleitoral em si.
“Aumentou o número de investigadores que está olhando o processo em si, pois nos testes anteriores algumas equipes tentaram colocar algo de fora para ver se interferia no processo eleitoral. Por exemplo, captar sinais que a urna emite para ver se conseguia identificar a sequência que o eleitor votou. Agora, eles estão focados em todo o sistema eleitoral, nos próprios softwares da urna ou dos computadores que geram os programas e que fazem parte efetivamente do processo eleitoral”, ressaltou Osvaldo Catsumi.
Quarta edição
Esta é a quarta edição do TPS, que, desde 2016, passou a ser obrigatório e disciplinado pela Resolução nº 23.444, aprovada pelo Plenário do TSE. A norma prevê que os testes devam ser realizados sempre no ano anterior à eleição para que eventuais falhas possam ser corrigidas nas urnas que serão utilizadas no pleito.
O TPS é divido em três fases: preparação, realização e avaliação. Para que ele possa ser colocado em prática, são montadas, a cada edição, quatro comissões: Organizadora, Reguladora, Avaliadora e de Comunicação Institucional.
O teste de 2017 ocorre das 9h às 18h, e é aberto para todos os interessados em acompanhar os trabalhos, sem necessidade de inscrição prévia.
RC/LC, DM