Investigadores executam planos de testes no primeiro dia do TPS 2016
“O primeiro dia do teste foi de bastante trabalho e por enquanto ainda com poucos resultados”, definiu o secretário de Tecnologia de Eleições, Giuseppe Janino, ao comentar sobre as atividades realizadas nesta terça-feira (8) no Teste Público de Segurança 2016 do Sistema Eletrônico de Votação (TPS). O evento ocorreu das 9h às 18h, no 3º andar do edifício-sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O secretário explicou que o primeiro dia do evento correu dentro da normalidade, e a organização do TPS trabalhou no sentido de dar todas as condições para os investigadores tirarem o melhor proveito dessas estratégias. Ele lembrou que as “condições colocadas para que eles [investigadores] executem o teste são extraordinárias”. “Nós desativamos várias barreiras de segurança para que eles possam chegar até o ponto ao qual se colocam os seus objetivos”, disse.
Segundo Giuseppe, as equipes estão atuando no sentido de identificar possíveis fragilidades no sistema para que a Justiça Eleitoral possa fortalecer a confiabilidade, a transparência e a segurança da captação e apuração dos votos, a fim de permitir melhorias em todo o processo eleitoral.
“Alguns [investigadores] estão adiantados nos seus testes e outros estão encarando dificuldades para implementá-los. E em alguns casos, nós estamos agindo conjuntamente, de forma dinâmica, retirando as barreiras para facilitar a ação dos investigadores”, destacou.
Investigadores
Dos 13 investigadores que apresentaram seus planos de ataque previamente e tentarão colocar em prática suas estratégicas de hoje até quinta-feira, 10 estiveram presentes no primeiro dia do evento. Apenas o Grupo 1 não compareceu, por motivo não informado oficialmente.
“Os investigadores têm uma agenda de três dias para colocarem seus planos em ação. O fato de um grupo não ter comparecido não significa que eles tenham abandonado; provavelmente virão amanhã ou depois para colocar a sua estratégia em execução”, ressaltou o secretário de Tecnologia de Eleições.
Um dos participantes do TPS 2016, João Felipe Souza, inscreveu-se como investigador individual e deve executar quatro planos de ataque. Graduado em Ciência da Computação, mestre em Engenharia Agrícola e professor de Informática no Instituto Federal do Triângulo Mineiro, ele considera a iniciativa do Tribunal de realizar o Teste “uma atitude muito louvável, porque o TSE abre as portas para a comunidade externa”. “Para mim, é uma experiência muito gratificante”, destaca.
João Felipe conta que todas os dados são criptografados, de forma que, “mesmo que você consiga obter a informação, não consegue extraí-la, porque ela está codificada. Realmente, é um trabalho muito difícil de ser realizado. Vamos testar algumas hipóteses, mas é muito complicado e demorado driblar tantas barreiras de segurança”, afirma, destacando que também levará todo o conhecimento que está adquirindo no evento para o meio acadêmico, a fim de transmitir aos meus alunos.
Charles Figueredo de Barros, doutorando na área de Análise de Sistemas Complexos, também participa do teste e coordena o Grupo 4. Ele elogiou a iniciativa da Justiça Eleitoral, por “fortalecer a democracia” e disse que é “uma oportunidade muito boa e espero poder contribuir e poder aprender”
O investigador Igor Carpanase Figueiredo, integrante do Grupo 4, disse que o teste é um desafio e um exercício para a sua carreira. “Eu tenho um interesse particular pelo tema de segurança de votação e pretendo, nos próximos testes, participar com mais conhecimento, mais preparado. É um caminho legal para continuar pesquisando”, completou.
Teste
O teste segue até o dia 10 de março. O resultado oficial do TPS será divulgado em audiência pública no próximo dia 15 de março, terça-feira.
RC/LC