TSE confirma importância dos testes para aprimoramento do sistema de votação
Transparência. Esse é um dos compromissos do TSE. Prova disso é que desde terça feira o Tribunal realiza a 2ª edição dos testes de segurança na urna eletrônica, “abrindo” o sistema de votação para avaliação de especialistas.
Transparência. Esse é um dos compromissos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Prova disso é que desde esta terça feira (20) o Tribunal realiza a 2a edição dos testes públicos de segurança na urna eletrônica, “abrindo” o sistema de votação brasileiro para avaliação de especialistas das áreas de Computação e Segurança da Informação. O TSE busca com os testes o constante aprimoramento do sistema eletrônico de votação.
Os 24 investigadores que participam do evento estão desenvolvendo uma série de testes que ainda serão submetidos à avaliação da Comissão Avaliadora. Até o final da tarde desta quarta-feira (21), foram registrados 20 planos de testes, que visam “atacar” os componentes internos e externos da urna eletrônica. No entanto ainda é possível que os nove grupos apresentem novas propostas até o final do evento, nesta quinta-feira (22).
Entre os temas que estão sendo abordados nos testes é possível destacar as seguintes tentativas: obter dados da memória RAM da urna a fim de conseguir informações sensíveis para quebrar o sigilo do voto; inicializar o hardware da urna com um sistema não homologado pelo TSE; e obter o sequenciamento dos votos depositados na urna.
Outros testes buscam, por exemplo, identificar a possibilidade de conexão da urna eletrônica em rede. Isso porque os sistemas eleitorais são desenvolvidos de forma a não serem ligados, em nenhuma hipótese, em rede.
“Pelo andamento dos testes, estamos na expectativa de que realmente essas propostas possam oferecer contribuições para o aperfeiçoamento do sistema. As equipes demonstram que estão tentando aprofundar cada vez mais os seus testes, uma vez que o TSE forneceu o maior número de meios e ferramentas para facilitar o trabalho dos investigadores, como a visualização do código-fonte da urna”, ressalta o professor Antonio Montes Filho, membro da Comissão Avaliadora.
O evento, que acontece até esta quinta-feira na sede da Corte, em Brasília-DF, tem o apoio do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Instituto de Estudos Avançados (IEaV/CTA) e da Universidade de Brasília (UnB).
2009
A primeira edição dos testes foi realizada em novembro de 2009 e, de lá para cá, aproveitando as sugestões apresentadas pelos investigadores na época o TSE vem implementando uma série de melhorias no sistema eletrônico de votação.
Uma das melhorias foi desenvolvida com base nas sugestões colhidas a partir do teste do vencedor da primeira edição, o especialista em Tecnologia da Informação Sérgio Freitas. Ele tentou violar o sigilo do voto por meio da captação de ondas eletromagnéticas emitidas pelas teclas da urna durante a digitação.
Apesar de não obter sucesso, já que o aparelho de rádio utilizado pelo investigador somente conseguiu captar essa radiação a uma distância de cinco centímetros da urna eletrônica, o que na prática torna inviável a violação, o TSE desenvolveu novas barreiras de segurança aplicando uma espécie de “blindagem” ao teclado. A novidade impede que um simples aparelho de rádio capte os sons emitidos pelas teclas da urna.
Outra melhoria foi implementada nos lacres dos envelopes. Desde a conclusão dos testes de 2009, os envelopes passaram a ser relacionados numericamente aos lacres, isto é, passaram a ter o mesmo número que os envelopes.
Acesse aqui o hotsite do evento.
Mais informações sobre o sistema eletrônico de votação podem ser obtidas no site Biometria e Urna Eletrônica.
LC/LF
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