Investigadores admitem que novas barreiras de segurança da urna eletrônica são eficazes

Durante todo o 2º dia da fase de confirmação do TPS 2019, participantes tentaram invadir sistema eletrônico de votação sem sucesso. Evento continua nesta sexta (28)

Técnicos da Polícia Federal, durante teste de Confirmação do TPS 2019

O segundo dia do Teste de Confirmação do Teste Público de Segurança (TPS) 2019 do Sistema Eletrônico de Votação foi dedicado a novas tentativas do grupo de investigadores formado por peritos da Polícia Federal de repetir o plano de ataque executado com sucesso em novembro do ano passado.

Durante mais de 7 horas de operações – o teste começou pontualmente às 9h e terminou às 18h36, com intervalo para almoço –, os investigadores tentaram, mas não conseguiram quebrar as novas barreiras de segurança implementadas pela equipe técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e já admitem que o ajuste realizado blindou a vulnerabilidade detectada.

Segundo o perito da PF e professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte Galileu Batista de Souza, as alterações feitas pela área técnica do TSE estão se mostrando altamente eficazes, impossibilitando, pelo menos até o momento, a quebra das novas barreiras implantadas e deixando o sistema ainda mais seguro e confiável.

O plano de ataque repetido nesta quinta-feira (27) consiste na extração do conteúdo do disco criptografado do Subsistema de Instalação e Segurança (SIS) e na instalação e execução de código arbitrário em uma máquina do Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (Gedai-UE) para inserir dados falsos na urna eletrônica. Ontem, os investigadores criaram e instalaram um clone do disco rígido com informações SIS e dos códigos-fonte para realizar o ataque e verificar se as fragilidades encontradas foram devidamente corrigidas.

Os trabalhos do Teste de Confirmação estão acontecendo em ambiente específico, no 3º andar do edifício-sede do Tribunal, e seguindo rigorosamente as regras de distanciamento social adotadas pela Justiça Eleitoral para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. O acesso ao evento é restrito, mas as ações estão sendo transmitidas pelo canal da Justiça Eleitoral no YouTube.

No ano passado, o grupo teve êxito ao conseguir mudar o nome da cidade no cabeçalho de um Boletim de Urna. Contudo, eles não conseguiram alterar dados de eleitores e de candidatos, pois essas informações são assinadas pelos sistemas responsáveis pelo cadastro de eleitores e pelos registros de candidaturas, respectivamente.

TPS

O TPS é realizado com o objetivo de permitir que investigadores das áreas de Tecnologia e Segurança da Informação identifiquem eventuais vulnerabilidades relacionadas à violação da integridade ou do anonimato dos votos e, diante disso, apresentem sugestões de correção. Vale ressaltar que, no TPS, várias barreiras de segurança da urna eletrônica são retiradas e os investigadores têm acesso aos códigos-fonte do sistema eletrônico de votação, procedimentos inacessíveis em uma situação normal de eleição.

Ao todo, o TPS 2019 contou com 22 investigadores, sendo cinco grupos e três investigadores individuais. Dos 13 planos de ataque apresentados, dois deles – conduzidos pelos peritos da PF Paulo Cesar Hermann Wanner, Ivo Peixinho e Galileu Batista de Souza – alcançaram êxito. O grupo foi convidado a retornar ao Tribunal para checar, presencialmente, se as melhorias implementadas pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do TSE a partir do relatório final do TPS 2019, de fato corrigiram as fragilidades detectadas por eles na versão 2020 do sistema eletrônico de votação.

Nesta sexta-feira (28), a partir das 17h, o presidente do TSE e técnicos do Tribunal encerram o evento, que marca mais uma etapa da preparação dos sistemas para as Eleições Municipais de 2020. Em seguida, será realizada entrevista coletiva on-line para responder aos questionamentos dos jornalistas credenciados previamente. A cerimônia final também será transmitida pelo canal do TSE no Youtube.

MC/LC

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