Indonésia manifesta intenção de adotar sistema de voto eletrônico em 2024
Delegação de parlamentares do país asiático visitou TSE para conhecer urna eletrônica e outros aspectos do processo eleitoral brasileiro
Nesta quinta-feira (17), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu a visita da delegação da República da Indonésia, formada por oito integrantes do parlamento do país. Eles vieram ao Brasil em missão de cooperação eleitoral para conhecer melhor o sistema eletrônico de votação.
A eleição na Indonésia ainda é feita por meio de cédulas de papel. O país pretende informatizar seu sistema eleitoral até 2024 e, por esse motivo, enviou a delegação para acompanhar as eleições de outubro e aprender sobre o modelo brasileiro de apuração e totalização de votos.
“O voto eletrônico desenvolvido no Brasil possui tudo o que necessitamos na Indonésia. No ano que vem, faremos eleições ainda no modelo de cédulas, mas esperamos que, nas eleições de 2024, possamos implementar sistema parecido com o modelo brasileiro”, afirmou o chefe da missão e vice-presidente da Câmara dos Deputados da Indonésia, Fahri Hamzah, que se disse impressionado com o sistema de voto eletrônico brasileiro.
A primeira atividade da delegação foi assistir à sessão de julgamentos do TSE, que começou às 9h, no Plenário da Corte. Na ocasião, a presidente do Tribunal, ministra Rosa Weber, saudou a comitiva, colocando-se à disposição para a transferência de conhecimento na área eleitoral.
Palestra
Em seguida, a delegação acompanhou uma palestra do secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino. Ele explicou aos visitantes todo o processo eleitoral brasileiro, com destaque para o sistema informatizado utilizado pela Justiça Eleitoral há mais de 20 anos.
O secretário afirmou que o país deu início a um dos melhores sistemas eleitorais do mundo, principalmente no que diz respeito à segurança, quando passou a desenvolver o processo de votação eletrônico. Ele ressaltou que testes de segurança feitos antes de cada pleito garantem a lisura das eleições brasileiras.
“Para garantir maior confiabilidade ao processo de votação, a Justiça Eleitoral abre as portas para que representantes da sociedade possam analisar e verificar a autenticidade dos sistemas que serão utilizados nas urnas”, disse, lembrando que, seis meses antes das eleições, esses sistemas podem ser examinados por integrantes de partidos políticos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Supremo Tribunal Federal (STF), da Polícia Federal e de universidades.
Urnas eletrônicas
Os visitantes acompanharam as demonstrações do funcionamento da urna eletrônica e puderam, inclusive, fazer votações simuladas. Ao final, questionaram sobre como os votos são inseridos nas urnas e as possíveis formas de violação de dados.
O secretário de Tecnologia da Informação explicou que o equipamento não possui nenhuma conexão com a internet, o que livra o sistema de invasões de hackers. “A Nasa pode ser invadida, o Pentágono pode ser invadido, um banco pode ser invadido, mas as urnas eletrônicas, não”.
Janino frisou ainda a importância do cadastramento biométrico realizado no Brasil, que também garante a segurança nas eleições, já que impede qualquer duplicidade de voto.
Giuseppe lembrou que o TSE já recebeu representantes de mais de 70 países e que oito já firmaram acordo de cooperação para receberem conhecimento da experiência brasileira.
HV/RR, DM