Ministro Admar Gonzaga elogia organização das eleições no Paraguai
Mais de 60% do eleitorado compareceu às urnas no domingo (22)
Após acompanhar as eleições gerais no Paraguai neste domingo (22), o ministro do TSE Admar Gonzaga falou sobre as impressões positivas que teve de todo o processo. No pleito, o candidato governista Mario Abdo Benítez foi eleito presidente da República para cumprir um mandato de cinco anos.
Um dos pontos que o ministro destacou foi a preocupação e o esforço realizado pelo país vizinho de inserir os jovens no processo eleitoral, o que refletiu na presença desses eleitores no dia da votação com uma alta adesão. Apesar de o voto não ser obrigatório naquele país, houve mais de 60% de participação dos eleitores em geral.
Além disso, o Tribunal de Justiça Eleitoral, que organiza as eleições, faz uma espécie de voto simulado para as crianças entenderem como ocorre o processo democrático de votação. “As crianças recebem o material para preparar a votação e outras atuam como eleitores. Achei muito interessante e dá gosto de ver o entusiasmo das crianças preparando tudo”, disse o ministro, destacando a preocupação do país em fazer “um movimento cívico desde a tenra idade”.
Outro ponto que o ministro destacou como experiência positiva foi a atenção dada aos chamados “desabilitados”. São pessoas com diversos graus de deficiência, em cadeiras de rodas, com atrofias severas ou restrição pulmonar, por exemplo, que não têm condições de se deslocar até o local de votação. Para que possam exercer o direito ao voto, a Justiça Eleitoral vai até as suas casas.
Missão de observadores
O ministro Admar Gonzaga participou como convidado-observador da Misión de Observación Electoral Internacional – Elecciones Generales Y Departamentales 2018. Além do presidente da República, os eleitores paraguaios elegeram senadores, deputados, parlamentares representantes do Mercosul, governadores e membros das chamadas Juntas Parlamentares.
Além do Brasil, outros países também participaram como convidados: Argentina, Bolívia, Costa Rica, Peru, República Dominicana, Guatemala, Chile, Nicarágua, Porto Rico, Uruguai, El Salvador, Equador, México, Panamá e Colômbia.
Os observadores tiveram encontro com candidatos dos principais partidos, que expuseram suas plataformas, suas preocupações e também responderam perguntas dos participantes. Na programação, também houve reunião com os magistrados responsáveis pela organização das eleições e com cientistas políticos que fizeram uma análise histórica sobre as eleições no Paraguai.
Votação manual
Em relação ao sistema de votação, o ministro observou que, aos olhos dos brasileiros, que já exercem o voto por meio eletrônico há mais de 20 anos, a votação manual é como “voltar no tempo”.
“Aqui ainda usam aquele sistema antigo de cédulas e listas que tem a fotografia de todos os candidatos. O material é dobrado e entregue ao eleitor, que vai até a cabina de votação marcar a lista de sua preferência e depois deposita isso em sacos plásticos”, relatou o ministro.
Segundo Admar Gonzaga, a aparente precariedade do sistema manual de votação é compensada pelo comprometimento dos agentes que trabalham no processo eleitoral. “Por incrível que pareça, outros países que não usam equipamento eletrônico como nós até acharam o sistema interessante. Eles fazem a remessa desse boletim com um scanner, utilizando uma linha de celular normal”, disse o ministro, lembrando que, no Brasil, essa transferência de votos é feita de forma totalmente eletrônica.
“Nosso sistema é mais evoluído e sem nenhuma possibilidade de intervenção humana”, enfatizou.
CM/LR, DM